Prioridades?

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Os políticos e governos deixam muito claro a quem realmente servem e não é preciso muito esforço para perceber isso. Essa semana foi inaugurada a enorme sede da Jucesp. Na solenidade, muito foi falado sobre a importância da desburocratização dos serviços, do apoio aos empreendedores e fomento à economia.

Também foi dito no evento que, de forma semelhante à China, o governo trabalha para o desenvolvimento e ciência. Curioso que a Jucesp tenha sido inaugurada justamente no prédio onde funcionava a Estação Ciência, um museu educativo que foi fechado por falta de investimento do governo estadual. Como é possível acreditar em um desenvolvimento real quando se prioriza a geração de riqueza para poucos ao invés de estimular o interesse das crianças e jovens pela ciência?

Em época de campanha não ouvimos promessas sobre ajudar os grandes players do capital, mas sim propostas sobre melhorar a educação, ajudar os mais pobres e, sempre, oferecer saúde de qualidade para o povo.

E na saúde, mais uma vez vemos a falta de diálogo e respeito com a população. Trabalhadores e usuários foram surpreendidos com uma publicação no Diário Oficial do Município que afirma que duas UBSs da região serão passadas para a gestão de uma OS (Organização Social). Que forma imperativa de mudar uma estrutura de trabalho! Existe benefício econômico real para a Prefeitura ao repassar dinheiro público à uma empresa privada que vai gerir o trabalho de funcionários públicos?

Esse e outros questionamentos foram apontados na reunião do conselho gestor da Supervisão Técnica de Saúde Lapa/Pinheiros. Usuários das UBSs se preocupam com a precarização dos serviços de saúde, uma vez que organizações sociais costumam ter metas de produtividade e interesses econômicos. Adianta dobrar o número de consultas se os atendimentos tiverem menos de dez minutos, sem qualidade? Ainda mais em postos onde já existem laços entre os profissionais e seus pacientes. Não faltam estudos críticos sobre a terceirização da saúde ao invés de se fortalecer o SUS. Com o desemprego e crise, muitas pessoas perderam seus planos de saúde e não têm outra opção além do serviço público.

Planos populares são limitados e, com a necessidade de exames de média ou alta complexidade, os pacientes inevitavelmente recorrem ao SUS. Quem tem um familiar em tratamento oncológico sabe bem como é isso.

Todos com interesse eleitoral vão falar que sua maior preocupação é o bem-estar do povo, mas, é preciso ter clareza na hora de votar para escolher quem tratará a população, de fato, como prioridade.

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