Representantes de 30 associações de bairros da cidade participaram da reunião do Movimento Defenda São Paulo, realizada na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na terça-feira (12). O tema do encontro foram os ajustes propostos pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 16.402/16), mais conhecida como Lei de Zoneamento.
Os ajustes serão apresentados para a população em audiências públicas regionalizadas, sendo que a da Zona Sul aconteceu na quarta-feira (13). A da Zona Oeste ocorrerá junto com a do Centro, na próxima quinta-feira (21), às 18h30, na Uninove Campus Memorial (Avenida Doutor Adolpho Pinto, 109, Barra Funda). Será a última etapa participativa antes do envio da proposta à Câmara Municipal. Segundo a Prefeitura, os ajustes são necessários para facilitar a aplicação da Lei de Zoneamento vigente, ampliando as possibilidades de adequação da produção imobiliária aos conceitos e diretrizes da política urbana definida pelo Plano Diretor Estratégico (PDE), aprovado em 31 de julho de 2014, que é responsável pelo planejamento urbano da cidade até 2029.
Já as associações discordam dos ajustes, que contribuem para uma maior verticalização nos bairros, destruição da memória da cidade e atende, sobretudo, os interesses do mercado imobiliário.
A arquiteta e urbanista Lucila Lacreta apresentou as atuais diretrizes do PDE e o que pode mudar com os ajustes, como o aumento de edificações de 28 metros para 48 metros em zonas mistas, e de 48 metros para 60 metros em zonas de centralidade. Representantes das associações demonstraram preocupação com o aumento da verticalização e querem ter acesso aos estudos técnicos que justificariam a proposta. As vilas também podem estar ameaçadas, ficando ilhadas entre grandes empreendimentos.
Além da preocupação de preservar o patrimônio histórico e cultural dos bairros, foi apresentado um estudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), realizado pelo físico Gilder Nader e pela tecnóloga em construção de edifícios Paula Bregiatto, que aponta que o adensamento e verticalização contribuem para a dificuldade de dispersão de poluentes, o que pode ter impactos climáticos e na saúde.