Desertos

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Segundo levantamento recente do Atlas da Notícia, “a maior parte dos municípios brasileiros, 62,6% do total, são ‘desertos de notícias’ onde não há veículo local de imprensa para informar sobre o que ocorre na cidade.

Jimmy Wales, cofundador da Wikipédia, declarou em entrevista publicada no começo deste mês pelo jornal “O Estado de S. Paulo” que “é uma boa época para ser cunhado do prefeito de uma cidade pequena e ter uma empreiteira, porque não há jornais locais para fiscalizar”. Ainda bem que ele se refere aos Estados Unidos!

A neurocientista Maryanne Wolf em seu livro “O cérebro no mundo digital”, citada por Claudia Costin em sua coluna semanal no jornal “Folha de S. Paulo”, “mostra que a leitura, uma competência não inata em humanos, como é a fala, demanda passos sequenciais complexos para o seu aprendizado, o que não fazemos com seriedade, e que seu desenvolvimento ao longo da vida demanda um foco que o mundo digital, com suas distrações, vem retirando de nós”.

Tudo isto é muito novo. E novo denota simplesmente “aquilo que existe há pouco tempo”, sem qualquer outra conotação. Sempre vale lembrar que novo não significa bom, nem é sinônimo de qualidade.

A crise que estamos vivendo na questão ambiental, com queimadas e emissão de poluentes, pode ser uma boa metáfora do que iremos viver na esfera cultural.
Apenas um lembrete de fim de ano para os ativistas de redes sociais destes novos tempos ou novos ciclos. Feliz Ano Novo.

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