Assim como ocorreu com a Praça São Crispim, a comunidade do entorno da Praça Rio dos Campos, em Perdizes, se mobiliza para questionar a proposta da PPP dos Piscinões feita pela Prefeitura, que entregaria a área verde para uma empresa privada por 33 anos.
Para discutir o projeto e opções de drenagem mais sustentáveis, será realizado um debate público com a comunidade e especialistas na própria Praça Rio dos Campos no domingo (9), às 15h.
Já no dia 4 de março, das 18h às 21h30, a Câmara Municipal de São Paulo irá receber o 1º Encontro de Soluções Sustentáveis e Ações Socioambientais, com o objetivo de discutir propostas para combater enchentes e alagamentos na cidade de São Paulo. O encontro foi proposto pela sociedade civil, representada pelos movimentos sociais e socioambientais da cidade: Movimento pela Praça São Crispim, Praça São Crispim #DrenagemSustentável, Programa Transformando Sucata em Cidadania, Sampa – Associação de Moradores e Amigos do Centro, Associação Santa Cia., Pompeia Sem Medo, Ipojuca Corajosa, Comunidade Brasil, Associação de Moradores e Amigos da Lapa, Associação de Moradores de Itaquera, CNTU – Sustentabilidade, Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, Rede de Parques.
A Prefeitura publicou no dia 9 de novembro, no Diário Oficial do Município, a consulta pública para realizar a Parceria Público-Privada (PPP) dos piscinões, com o objetivo de conseguir um parceiro para a requalificação, operação, manutenção e conservação de quatro piscinões já existentes, e para a construção, operação, manutenção e conservação de mais cinco novos piscinões, dois deles na região, na Praça São Crispim (Lapa) e Praça Rio dos Campos (Perdizes). “A Prefeitura realizou uma audiência pública no dia 22 de novembro do ano passado para apresentar o projeto, mas não divulgou adequadamente e não convocou a população para participar. Os piscinões são uma das alternativas para o combate às enchentes, mas causam um impacto ambiental muito grande. Veja o caso da Praça São Crispim: se o projeto for adiante, um importante espaço arborizado e de convivência da população da Lapa e do entorno simplesmente desaparecerá”, comenta Annabella Andrade, gestora ambiental e organizadora do encontro na Câmara. “As enchentes precisam ser combatidas, mas queremos abrir a discussão para soluções alternativas, que são conhecidas internacionalmente como infraestruturas verdes e azuis. Além disso, já tivemos piscinões que acabaram por piorar o problema das enchentes, como foi o caso do Jardim Maria Sampaio”, completa Annabella, lembrando o caso que ocorreu em janeiro de 2014, quando o piscinão do Jardim Maria Sampaio, na Zona Sul, transbordou devido às fortes chuvas e a água invadiu casas e comércios do bairro, provocando prejuízos para a população.