Iniciativas do mercado imobiliário podem beneficiar poucos, às custas de impactos negativos absorvidos por muitos – dos vizinhos próximos à municipalidade em geral. Novos empreendimentos alteram a dinâmica do trânsito e do comércio, a segurança pública, as redes de esgoto e águas pluviais, a ventilação e insolação do entorno…
Leis urbanísticas estabelecem mecanismos para que o investimento privado beneficie a coletividade. O Projeto de Intervenção Urbana apresentado pelos proprietários de uma gleba na Vila Leopoldina faz bom uso desses mecanismos. O proponente, depois de estudos aprofundados e amplo debate, desenhou uma requalificação da região, abrangente e inclusiva como raramente se vê. O plano inclui a produção de moradias populares para famílias que há anos vivem em favelas muito precárias ao lado da Ceagesp e requalificação do antigo e deteriorado Cingapura; a abertura de ruas e passagens de pedestres; a criação de áreas verdes e de equipamentos públicos.
Quem banca isso tudo? O setor privado, pagando a prefeitura por potencial construtivo adicional. “Ah, então eles terão benefício”. Claro, e a população também! Melhorias que aguardariam décadas para serem feitas, se é que seriam, se tornam possíveis com esses recursos.
Então sim, é verdade que alguém está “levando vantagem” com esse projeto. A diferença é que a vantagem é “pra geral”.
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