Membros do grupo PDO (Parlamentares em Defesa do Orçamento) estiveram na quarta-feira (10) na sede do Fundo Social de São Paulo (FUSSP), localizado dentro do Parque da Água Branca, para verificar uma denúncia sobre um edital de compra de máquinas de costura no valor de R$ 320 mil durante a pandemia, enquanto as aulas dos cursos de capacitação oferecidos no local estavam suspensas.
Além de encontrar as máquinas sem uso, ao chegar lá o grupo constatou que as salas estavam sendo utilizadas para armazenar materiais variados de forma inadequada, entre eles caixas com doações de roupas de inverno, cobertores e máscaras. Algumas das caixas estavam identificadas com o símbolo da Campanha Inverno Solidário, realizada pelo FUSSP. Segundo divulgação do governo, em 2020 houve um recorde histórico de arrecadação, com o recebimento de 329.591 cobertores novos, que foram distribuídos para centenas de entidades, centros de acolhimento e pessoas em situação de rua em todo o estado. A arrecadação de cobertores superou em mais de três vezes a meta de 100 mil peças estipulada pelo governador João Doria durante o lançamento da campanha.
O deputado estadual Coronel Telhada, que esteve no local para verificar a denúncia, lamentou a falta de cuidado com os materiais e com o próprio prédio que é tombado. “No tempo da Lu Alckmin isso aqui funcionava a todo vapor. Teve mais de 200 mil pessoas formadas, 40 mil só na capital, e agora está abandonado”, disse. Também estiveram na visita os deputados Sargento Neri e Márcio Nakashima. Ainda, móveis que pertencem ao acervo histórico do Estado de São Paulo foram encontrados em más condições de acondicionamento.
O Fundo Social de São Paulo foi criado em 1968, com o objetivo de desenvolver a promoção de autonomia e geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social através de escolas gratuitas de qualificação nas áreas de Beleza, Bioconstrução, Gastronomia, Informática, Mecânica e Moda. O FUSSP é dirigido por um conselho deliberativo composto por sete membros, com mandato de dois anos e recondução permitida, atualmente sob a presidência da primeira-dama do Estado, Bia Doria, e com presidência executiva escolhida pelo governador.
Os deputados afirmam que vão encaminhar a denúncia ao Ministério Público.