Uso responsável

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No editorial da última semana falei sobre cidadania e é muito bom ver ela sendo aplicada de forma lúdica para crianças, como no caso das unidades de ensino da região que integram o programa Escolas do Bem. Seja no resgate e cuidado com um animal ou com a valorização de uma calçada para maior integração das pessoas com o espaço público.

Tem quem queira exercer sua cidadania cobrando melhorias de zeladoria na cidade e para isso a tecnologia deveria ser uma aliada. Uma associação de moradores da Vila Leopoldina, a AVL, realiza um trabalho perene no encaminhamento de demandas do bairro, mas se deparou diversas vezes com respostas automáticas ou com o encerramento de protocolos sem que os serviços tivessem sido realizados. A Prefeitura afirma ter aumentado o investimento em tecnologia para a gestão de serviços, mas ainda existem melhorias a serem feitas. A finalização dos protocolos de zeladoria sem realização dos serviços é uma reclamação frequente na seção “Bronca” aqui ao lado.

E por falar em Vila Leopoldina, é lá que está o maior entreposto da América Latina, a Ceagesp, que durante a semana anunciou uma parceria com a Polícia Rodoviária Federal para aumentar a segurança do entorno. O acordo prevê a instalação de câmeras de monitoramento, que farão o complexo processamento de imagens dos cerca de 12 mil veículos que circulam por lá diariamente.

Foi a tecnologia que permitiu minimamente a participação social nos últimos anos, nesse cenário atípico de pandemia. Embora com uma presença aquém do ideal, a população participa de discussões importantes pela internet. Nessa semana que se inicia duas vão ocorrer: sobre o orçamento de 2023 e a revisão do Plano Diretor Estratégico.

O formato digital foi bastante criticado por quem quer preservar as características dos parques estaduais, sob a alegação de que o processo não contou com ampla participação. Mesmo assim, pelos próximos 30 anos os parques da Água Branca, Villa-Lobos e Cândido Portinari foram “confiados” à iniciativa privada, para sua administração e exploração.

Também é temerário o uso que será dado à internet, redes sociais e grupos de compartilhamento de mensagens neste ano de eleição. Se torna cada vez mais comum a disseminação de informações falsas e mal intencionadas nestes canais. Para um leitor atento não é difícil identificá-las, mas infelizmente não é irrelevante a quantidade de pessoas que repassam informações sem ao menos ler. A tecnologia deve ser uma ferramenta para nos ajudar e fortalecer, não o contrário.

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