Aproveitando que temos o Dia das Mães neste domingo queria falar hoje sobre cuidado. Claro que não é possível generalizar, dizer que toda relação entre mãe e filho é boa, nem que cabe somente à mulher o papel de cuidado. Essa tarefa deve ser compartilhada, mães solo devem ter uma rede de apoio e um dia os papéis se invertem, ou seja, cuidamos de quem cuidou da gente. É natural. É positivo ver a evolução das relações já que antes era sempre a mãe que estava presente nas reuniões da escola, que acompanhava seu filho ou filha nas atividades extras, que os levava em passeios ou corria para o hospital quando algo não estava bem.
Se nas gerações passadas era comum a figura da mãe dona de casa, hoje as novas mães já nasceram e foram criadas em um contexto onde todo mundo trabalha, por necessidade ou realização. Muitos adultos de hoje nasceram inseridos nesse formato de família, onde inevitavelmente as responsabilidades precisam ser compartilhadas.
E esse conceito de compartilhar o cuidado deveria se estender a todas as esferas. Não podemos depender de governos, empresas, ONGs ou alguns poucos cidadãos para desempenharem o papel de “mãe” da cidade. Mas vemos isso acontecer muito. Sempre as mesmas pessoas engajadas em temas de interesse público. Quando falamos na revisão do Plano Diretor Estratégico estamos falando das regras e diretrizes que vão impactar a vida de todos os moradores de São Paulo. Não adianta reclamar do transporte, da falta de ciclovias, da verticalização e supressão do patrimônio depois que a discussão terminar. O momento de participar, de zelar pelos interesses da cidade, é agora.
Da mesma forma, assim como boa parte das mães, precisamos ter um olhar mais empático em relação às pessoas. Vivemos tempos muito difíceis, de insegurança, de necessidades não supridas, de dificuldade de conseguir um emprego ou colocar comida na mesa.
Felizmente temos associações e entidades que atuam nesse sentido, há muitos anos, como a SAE que aparece nas páginas adiante. Também é positivo ver pessoas qualificadas para assumir pastas temáticas, como no caso da nomeação dos novos secretários que ocorreu essa semana. Algo raríssimo na esfera federal ultimamente.
Se tivéssemos a mesma dedicação que as mães têm ao defender os interesses de seus filhos em relação ao bem coletivo, nossos bairros, a cidade e o país seriam muito melhores. Nesse sentido, precisamos de mais mães.