Retomar a vida normal depois da pandemia era tudo que queríamos. A liberdade de sair, a retomada da atividade econômica, não ter medo de ficar doente ou de contaminar pessoas próximas, sobretudo as mais fragilizadas. Se ainda temos alguns protocolos a seguir, como o importante reforço das vacinas que sim, salvam vidas, e o uso de máscaras, recomendado, mas já opcional para boa parte das pessoas, podemos dizer que a vida está praticamente normal. Voltou ao que era antes.
E com esse retorno, problemas que ficaram adormecidos nos dois anos de restrição e isolamento também voltaram. Acidentes de trânsito voltam a preocupar moradores, que levaram a questão na reunião do Conseg Leopoldina, pedindo sinalização, lombadas e fiscalização. No auge da crise sanitária tínhamos bem menos carros circulando e, portanto, menos ocorrências.
As reclamações por perturbação do sossego também voltaram com tudo. Dos grandes eventos que impactam o entorno, aos estabelecimentos menores que tiram o sono dos vizinhos. O segmento de bares e restaurantes é muito importante para a nossa cidade, responsável por milhares de empregos, mas é preciso que a convivência seja adequada, com a adoção de medidas mitigatórias e que os estabelecimentos estejam em locais adequados. Também precisamos que o órgão fiscalizador, o PSIU, seja atuante, nos horários certos. Infelizmente vivemos um aumento da violência e não é ideal deslocar os policiais militares, com um efetivo menor que o necessário em toda a cidade, para atuar em casos de barulho, quando poderiam estar impedindo roubos e outros problemas mais graves.
Foi na pandemia que o tema da saúde mental, ou a falta dela, ganhou uma nova dimensão. E não é nada fácil mantê-la quando vivemos em um cenário de insegurança alimentar, desemprego, entre tantas outras angústias da vida moderna que prejudicam em uma escala maior as pessoas mais vulneráveis. Tudo está relacionado. A desigualdade que gera miséria, que por sua vez gera violência e que faz pessoas recorrerem a subterfúgios como as drogas e o álcool para tentar lidar com uma realidade tão difícil. Por isso é muito importante a ampliação de equipamentos focados no tratamento psicológico da população, como os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da Prefeitura.
A pandemia ampliou problemas que já existiam e vamos ter que nos mobilizar para compensar os prejuízos que já sentimos hoje.