Governo retoma em agosto operação do tatuzão em obras da Linha 6-Laranja do metrô

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Foto: Governo de São Paulo

Governo de São Paulo
Governador Rodrigo Garcia visita obra na região e anuncia retomada do tatuzão

O governador Rodrigo Garcia esteve na região na quinta-feira (21), no canteiro de obras da Linha 6-Laranja do metrô onde será a futura estação Santa Marina. Durante a visita foi anunciado que em agosto será retomada a operação da tuneladora, máquina popularmente conhecida como tatuzão, pela concessionária Linha Uni. Os trabalhos foram interrompidos após o acidente no poço de ventilação que culminou com o rompimento da tubulação de esgoto e interdição parcial da Marginal Tietê. “Apesar do incidente que tivemos no início do ano, a obra não parou, outras frentes foram fortalecidas para que mantivéssemos a obra nesse cronograma e a nossa expectativa é que ao final de 2025 a Linha das Universidades já possa estar servindo mais de 600 mil passageiros todos os dias”, afirmou o governador.

Atualmente, a Linha 6-Laranja conta com 35 frentes de trabalho ativas ao longo dos seus 15 quilômetros de extensão. Entre elas, a construção da estação Santa Marina, na Água Branca, é a mais adiantada. No local foram escavados mais de 126 mil m³ e cerca de 40% das obras já estão concluídas. A estação terá 28 metros de profundidade e contará com três acessos, facilitando o trajeto para pontos de interesse como a Academia de Futebol Palmeiras, o Centro de Treinamento São Paulo FC – Barra Funda e a Universidade Paulista (UNIP).

Artefatos arqueológicos
Desde o ano passado foram encontrados diversos materiais durante as escavações das obras da Linha 6-Laranja. Entre eles estão um trilho de bonde, louças variadas, brinquedos, objetos fabris, vidros de medicamentos e até resquícios de um quilombo urbano na região da futura Estação 14 Bis. Os artefatos remetem aos séculos 19 e 20. Com isso, foram registrados nove sítios arqueológicos no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a maioria na região da Lapa, em bairros como Água Branca e Pompeia.
Segundo um relatório elaborado pela equipe de arqueologia da empresa A Lasca, contratada pela concessionária Linha Uni, parte dos itens encontrados na região possuem os selos dos fabricantes, como a Fábrica de Louças Santa Catharina, a Companhia Vidraria Santa Marina e as Indústrias Reunidas Matarazzo, e possivelmente são refugos de produção utilizados no aterramento e retificação do rio e seus afluentes, como o Córrego Água Preta.

No sítio da Água Branca, batizado de Santa Marina II, 1.411 artefatos foram selecionados como de interesse arqueológico, como fragmentos de vasos, tampas, tigelas, tachos, pratos, moringas e panelas, além de uma estrutura de saneamento, que pode ter sido um poço ou cisterna, e possivelmente fazia parte de uma produção industrial ou de uma tubulação de esgoto centenária.

Reprodução
Artefatos arqueológicos encontrados no canteiro da futura estação Santa Marina

Na área da Estação Sesc Pompeia, entre julho e agosto do ano passado foram coletados 18.695 remanescentes arqueológicos, mais da metade sendo louças, vidro, cerâmica e metais. Uma galeria subterrânea também foi identificada, na várzea do Córrego Água Preta. As escavações demonstraram a existência de estruturas construtivas, possivelmente de moradias operárias nas proximidades da Rua Venâncio Aires e da antiga fábrica de tambores que precedeu o Sesc Pompeia (Irmãos Mauser). Para os arqueólogos, o sítio se destaca porque demonstra a urbanização e industrialização do bairro em um mesmo terreno.

Segundo a concessionária Linha Uni, a pesquisa arqueológica em todo o traçado da Linha 6-Laranja do metrô, realizada pela empresa A Lasca, é parte do processo de Licenciamento Ambiental do empreendimento. Em oito dos nove sítios, todos os objetos foram retirados e estão sob a guarda provisória da empresa de arqueologia. Como o patrimônio histórico e arqueológico é bem público, sob tutela do Estado, futuramente eles serão encaminhados para o Centro de Arqueologia de São Paulo. Na futura estação 14 Bis, está sendo executada a etapa construtiva das paredes de contenção do local onde ficava o quilombo.
O trabalho arqueológico em andamento não afeta o cronograma de obras, que seguem normalmente.

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