A remoção de árvores da Praça Doutor Pedro Corazza, entre as avenidas Santa Marina e Marquês de São Vicente, iniciada no dia 7 de outubro, chamou a atenção de moradores durante a semana. Ao questionar a Prefeitura se a ação estava autorizada, foi informado que a licença foi emitida pela Cetesb, por se tratar de um manejo arbóreo relacionado às obras da Estação Santa Marina da Linha 4-Laranja do metrô. As árvores, que são de médio e grande porte, estão sendo totalmente removidas. Segundo informações de um morador, parte delas tinham sido transplantadas de outros locais próximos quando aconteceram as obras do Corredor de Ônibus Inajar-Marquês-Rio Branco.
Questionada, a Cetesb informa que a supressão foi autorizada e que como compensação foi emitido o Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, referente à restauração de 1,35 ha em Áreas de Preservação Permanente – APPs hídricas, na Fazenda Atalaia, localizada no Distrito de Sousas, Município de Campinas, e que tal projeto está inserido no Programa Nascentes. Em virtude da evolução dos projetos executivos, bem como alteração de métodos construtivos em algumas unidades, foi verificada a necessidade de corte adicional de indivíduos arbóreos. Afirma ainda que conforme a Manifestação Técnica emitida pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo, a mesma é favorável ao manejo solicitado, devendo o interessado se comprometer a realizar o plantio de 231 mudas no futuro projeto paisagístico a ser implantado ao longo do empreendimento.
Já a Linha Uni, responsável pelas obras, afirma que obteve as devidas licenças para realizar o corte de vegetação necessário para a construção da Linha 6-Laranja. O corte das árvores na Praça Doutor Pedro Corazza foi necessário para iniciar as obras no local. Para isso, foram realizados os laudos ambientais que permitem a intervenção.
Informa ainda que desde o início das obras para a construção da Linha 6-Laranja, a concessionária mantém um Projeto de Restauração Florestal para compensar a remoção autorizada de árvores em seus canteiros. O cultivo de espécies nativas da Mata Atlântica está sendo realizado na Fazenda Atalaia, em Campinas (SP), que já recebeu mais de 19 mil mudas de 80 espécies nativas da Mata Atlântica. O projeto, que faz parte do Programa Nascentes da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, contribui para a recuperação de uma Área de Preservação Permanente (APP), além de preservar os recursos hídricos e colaborar com a recomposição da mata ciliar, reduzindo os processos erosivos à beira de nascentes de rios no local. O plano prevê ainda o futuro plantio de árvores na cidade de São Paulo, no próprio projeto paisagístico da linha.