As duas faces do lazer

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No que diz respeito à oferta de equipamentos para o lazer da nossa população, é justo ressaltar o empenho do poder municipal em trabalhar no sentido de transformar mais espaços públicos em áreas de convívio para a prática de esportes e atividades de recreação. E isso vem acontecendo na cidade como um todo e, mais especialmente, na área aqui da Subprefeitura Lapa.

Na Água Branca, a Sub Lapa dará início, em breve, às obras para transformar a Praça Marechal Carlos Machado Bittencourt – uma área de 16 mil metros quadrados onde hoje os moradores, ao andar de bicicleta, jogar bola ou aproveitar a sombra das árvores, convivem com  frequentadores que usam o local para consumir drogas – em um Clube Desportivo da Comunidade (CDC). De acordo com o secretário adjunto de Esportes e Lazer, Claudinho de Souza, sem perder as árvores que existem no local, o espaço ganhará um campo de futebol e um salão multiuso para a prática de diversas atividades esportivas, além de um parquinho infantil, lanchonete, banheiros e vestiário.

Outra iniciativa em andamento pela prefeitura é a abertura de inscrições para o cadastramento de novas Ruas de Lazer na cidade, o que será feito também no âmbito da Subprefeitura Lapa. Atualmente, de acordo com dados da Secretaria de Esportes,  a cidade conta com 900 vias utilizadas para esse fim, que aos domingos e feriados são fechadas ao trânsito de veículos para que os moradores se divirtam praticando diversas atividades esportivas e socio-recreativas. O objetivo é o estímulo ao convívio, o que é extremamente louvável em uma cidade tão grande e nada acolhedora como São Paulo.

O contraponto negativo a esse esforço vem do próprio poder público municipal e pode ser visto aqui mesmo no Alto da Lapa, em um dos melhores e mais importantes equipamentos esportivos e de lazer da cidade, o Clube Pelezão. Utilizado não só por quem mora na região, mas pela população de toda a vizinhança – que faz uso de suas diversas quadras, piscina, campo de futebol e trilhas – o Pelezão, nos últimos cinco anos, vem sendo ‘expropriado’ pela Secretaria de Assistência Social (SMADS) para receber moradores de rua, acomodados em seu ginásio durante as operações Baixas Temperaturas.

Sem correr o risco de ser desumana ou higienista, fato é que um equipamento de lazer não pode ser fechado, parcialmente ou totalmente, ao público para servir de ‘albergue’. Isso só deveria ser feito em caso de catástrofes, e não para uma ação planejada. Até porque, de acordo com a SMDS, não faltam vagas nos albergues para atender a população de rua. Com a chegada do frio, continuamos cobrando do secretário Carlos Bezerra uma explicação plausível para a interdição recorrente do clube a cada inverno

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