Entreposto no Alto Tietê: uma decisão sensata

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A cidade de São Paulo abriga o maior entreposto de abastecimento de alimentos da América Latina – e um dos maiores do mundo -, a Ceagesp. Localizada em um terreno de mais de 600 mil metros quadrados de área, na Vila Leopoldina, a central comercializa, por ano, quase 3,1 milhões de toneladas de alimentos e flores, movimentando um volume financeiro anual de R$ 9 bilhões. Pela Ceagesp circulam, diariamente, 12 mil veículos e mais de 47 mil pessoas, o equivalente à população da cidade de Diamantina, uma das mais importantes de Minas Gerais.

Obviamente, por sua dimensão atual, o entreposto ‘não cabe’ mais dentro do bairro da Leopoldina. Se um dia ele foi fundamental para o desenvolvimento da região, hoje, sem dúvida, atrapalha o desenvolvimento urbano de toda essa área, causando problemas que vão do fluxo intenso de caminhões à sujeira e adensamento de moradores de rua usuários de drogas no entorno da Avenida Gastão Vidigal.

Por isso, a autorização, pelo Governo de São Paulo, da abertura de acesso na Rodovia Ayrton Senna (SP-070) para a instalação de um entreposto de alimentos no município de Itaquaquecetuba, na região do Alto Tietê, é muito bem-vinda. Essa liberação inédita, assinada na semana passada pelo governador Tarcísio de Freitas, abre espaço para descentralizar o sistema de entrepostos de abastecimento na cidade, desviando seu foco de uma região central fortemente adensada para o entorno da capital, ocupando áreas ao longo da malha rodoviária que sai da cidade.

Assim, espera-se que um salto importante tenha sido dado para que, finalmente, a Ceagesp – ou parte dela – saia da Leopoldina. Com uma concepção mais moderna, o novo entreposto, que será construído no Km 41 da Rodovia Ayrton Senna, vai garantir mais eficiência no escoamento de alimentos, além de ter impacto significativo na redução no trânsito da capital. O mesmo deve acontecer caso o projeto NESP – Novo Entreposto São Paulo se concretize, com a construção de uma grande central de abastecimento no bairro de Perús, cujo acesso se dará pela Rodovia dos Bandeirantes.

Com a diversificação de entrepostos de abastecimento, construídos em áreas de fácil acesso ao transporte rodoviário, não só a cidade ganha, mas também os produtores e os comerciantes, que terão mais opções de locais para vender e comprar alimentos. Dentro de uma política de desenvolvimento urbano que se pretende sustentável, essa parece uma solução sensata e inteligente!

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