Na última quarta-feira, enquanto revia tantas pessoas conhecidas na confraternização organizada pela nossa querida e sempre lapeana Rosana Braccialli, me dei conta de que ‘conviver’ pelas redes sociais nos dá uma sensação falsa de calor humano. Sim, pelo celular podemos enviar ou receber, a qualquer hora do dia ou da noite e de todo lugar, emojis que tentam expressar sentimentos e nos conectar, instantaneamente, àquele amigo que há tempos não vemos. Mas, mesmo que essas simpáticas figurinhas sirvam para aquecer nossos corações por um momento, esse é sempre um contato desprovido do abraço apertado, que não tem a emoção do olho no olho….
E o pior é que nos acostumamos a esse ‘calor humano’ virtual. A expressar o que sentimos através da tela de um celular e – que pena! – só nos damos conta do quanto nossas relações estão ficando ‘frias’ quando alguém resolve quebrar as novas regras e convidar para um encontro presencial. Como se houvesse, de fato, encontros nos quais as pessoas não estejam presentes…
Na festa de aniversário da nossa amiga Rosana chamou a atenção o clima de alegria. Uma alegria contagiante movida pelo estar junto, pela risada que brota de um ambiente cheio de vida, e não que simplesmente surge num vídeo ou áudio enviado pelo telefone. Uma genuína felicidade, expressa em cada tapinha nas costas, em cada ‘nossa, que bom te ver aqui’!
Ao dizer algumas palavras em homenagem à aniversariante, o vereador Eliseu Gabriel contou, divertido, sobre a reação que teve ao receber o convite para o encontro: quando a Rosana convidou eu pensei nossa, ela vai fazer uma festa!
E aí eu penso, que mundo é esse em que receber um convite para uma festa causa estranheza!
Acho que está mais do que na hora de, como nossa amiga, darmos um basta nessas relações distantes e sem emoção. Eu também estou farta de encontros virtuais, marcados à pretexto da falta de tempo e da insegurança.
Felizmente, nós não somos robôs. Somos movidos pela energia boa que vem da interação com outros seres humanos. E por mais que nos acostumemos a essa relação à distância, é preciso retomar o calor humano que só o contato presencial pode trazer. Sem isso, cada vez mais as pessoas vão se entregar à depressão, à tristeza e à solidão.
Então, que bom que tantos representantes da chamada ‘velha guarda’ lapeana estiveram juntos, festejando! Que depois desse encontro venham muitos outros, afinal a Lapa sempre foi reconhecida por ter uma comunidade unida, que gosta de estar junta e sempre arruma um pretexto para comemorar. E isso não pode se perder nunca.