Legado de fé e amor

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Como católica praticante que procuro ser, assim que me mudei para a Leopoldina – e aí já se vão quase 30 anos… – passei a ter a Paróquia Nossa Senhora de Fátima como uma forte referência religiosa. Mesmo morando muito mais próximo a outra igreja, muitas vezes preferi assistir às missas, especialmente nas datas festivas como Páscoa e Natal, no ambiente acolhedor de Fátima. E o motivo que sempre levou – a mim e a outros tantos fiéis da região – a sentir o acolhimento proporcionado pela paróquia era a figura do padre Tarcísio, que por quase 40 anos esteve à frente dessa comunidade.

Com a saúde debilitada, Tarcísio deixa agora os serviços diários da paróquia. E o fez de forma discreta, sem realizar uma missa de despedida. Isso, espero, porque, nomeado pároco emérito, ainda pretenda estar presente na vida comunitária da Leopoldina, continuando a ser uma figura forte e referência para tantos paroquianos da Nossa Senhora de Fátima.

O trabalho do padre Tarcísio, como reconheceu o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, na missa de posse dos novos líderes da paróquia, deixa marcas profundas na comunidade da região. Como exemplo da dedicação com que ele dirigiu a Paróquia Nossa Senhora de Fátima por tantos anos, basta citar o grande trabalho social realizado por Tarcísio, que em 2007 deu o impulso para que fosse criada a Casa do Pequeno Cidadão. Desde então, a ONG é responsável por acolher pessoas em situação de vulnerabilidade, oferecendo atividades educacionais e de assistência social a crianças e jovens, visando a inclusão social e o exercício da cidadania.

Como líder espiritual, o padre Tarcísio sempre foi uma figura extremamente carismática. Suas homilias tocavam fundo pelas sólidas mensagens que continham, marcadas por profundas lições de vida e de esperança, ditas de maneira calma e pausada para captar a atenção e dar novo alento aos fiéis. Lembro-me de presenciar, em pelo menos duas ocasiões, a plateia aplaudir efusivamente seus sermões. Algo que, é preciso admitir, não é comum acontecer em uma missa.

Espero, então, que o novo pároco, padre Pedro de Almeida, e o vigário Fernado Gross, que agora assumem a paróquia, demonstrem não apenas o mesmo vigor físico que marcou o trabalho do padre Tarcísio durante tantos anos, mas também a fortaleza espiritual e acuidade intelectual que Tarcísio deixa como legado. Foi com esses atributos que ele ganhou o respeito e a admiração da comunidade da Leopoldina. E assim ele será lembrado para sempre. Amém!

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