Urbanismo sem valor

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Dentre as 32 subprefeituras da cidade, a da Lapa é aquela que mais concentra intervenções urbanísticas. Ao todo são quatro: Operação Urbana Consorciada Água Branca, Plano de Intervenção Urbana Vila Leopoldina, Plano de Intervenção Urbana Arco Pinheiros e Plano de Intervenção Urbana Arco Tietê. Mas, apesar disso, o efetivo desenvolvimento urbanístico da região acontece de forma lenta, devido à extrema morosidade com que essas intervenções saem do papel.

O exemplo mais gritante é o da Operação Água Branca. Aprovada em 1995, ela ainda hoje está em fase de execução. Apesar das novas galerias pluviais que minimizaram o problema das enchentes nas áreas do Viaduto Pompeia e Rua Palestra Itália, a nova fase da operação, já licitada, encontra-se em atraso devido à sobreposição de obras do Metrô na altura do Sesc Pompeia.

Já o PIU Leopoldina, um ano parado após a sanção do prefeito Ricardo Nunes, começa a ganhar impulso somente agora, com a posse do conselho gestor da chamada Área de Intervenção Urbana Leopoldina (AIU) na quinta-feira, 25. Desse conselho espera-se empenho e agilidade para que, no curto prazo, sejam vencidas as etapas burocráticas que antecedem ao início das construções das moradias sociais e melhorias da infraestrutura em todo o entorno da área da Ceagesp.

E empenho é justamente o que aguardamos também da Câmara Municipal, que sem explicações adiou a aprovação, em segunda e definitiva votação, do PIU Arco Pinheiros, voltado para a transformação urbana dos Distritos Jaguaré, Leopoldina e fração do Distrito Butantã. Os vereadores, em campanha eleitoral neste segundo semestre, resolveram deixar para o final do ano a nova votação do plano, que tramita no Legislativo desde 2019. E nós sabemos que, dependendo do resultado das urnas, se a composição política na Câmara mudar o processo de votação poderá ficar ainda mais comprometido.

Por fim, temos o Arco Tietê, intervenção urbanística que propõe a transformação de uma grande área que se estende desde o Parque Orlando Villas-Bôas, aqui na Leopoldina, até o Parque do Belém, na Zona Leste. Este PIU sequer foi transformado em projeto de lei. Encontra-se parado na Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUIL), em prejuízo, aqui para nós, do desenvolvimento da região da Lapa de Baixo, que é carente de infraestrutura urbana e precisa com urgência de diretrizes e investimentos para crescer de maneira efetiva e sustentável.

De que adiantam, então, tantos projetos pensados para desenvolver a cidade e, de forma particular, toda a nossa região, se esses planos demoram anos para sair do papel? É preciso lembrar que a cidade cresce num ritmo extremamente acelerado, portanto, se tais intervenções demoram a ser realizadas, correm o risco de ficar obsoletas.

 

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