Inspirada em iniciativas mundiais bem-sucedidas como Barcelona (Espanha), Paris (França) e Nova Iorque (EUA), a cidade de São Paulo vai criar um Plano de Ordenamento e Proteção da Paisagem. A iniciativa, inédita no País, tem como proposta inaugurar um marco no urbanismo brasileiro, estabelecendo diretrizes para que o desenvolvimento urbano da capital paulista valorize e preserve a sua paisagem, com atenção especial aos aspectos ambientais, históricos e socioculturais que moldam a identidade da metrópole.
Um dos objetivos principais do Plano será identificar quais vistas e elementos urbanos são essenciais para a cidade e como mantê-los. Desde marcos naturais, como o Pico do Jaraguá, até construções icônicas e espaços de convivência, a ideia é estabelecer regras e critérios para que o desenho urbano de São Paulo possa se impor com as suas características, fortalecendo diante do mundo a marca de uma cidade aconchegante, acessível, segura e sustentável.
Em São Paulo, onde o crescimento acelerado trouxe desafios como poluição visual, desigualdades regionais e desvalorização de marcos históricos, o Plano de Ordenamento e Proteção da Paisagem surge como resposta para preservar o que é significativo e propor intervenções que melhorem a qualidade urbanística e a experiência da população.
Para garantir que o Plano reflita as formas que a população reconhece a cidade, a Prefeitura realizará um amplo processo participativo com dinâmica inédita para o envolvimento de todos. A cidade será vista de forma regionalizada, considerando as particularidades de cada região, e moradores, trabalhadores e turistas serão convidados a compartilhar o que valorizam na paisagem e o que pode ser melhorado.
A construção de um Plano de Ordenamento e Proteção da Paisagem para a cidade de São Paulo é prevista no Plano Diretor Estratégico (Lei 16.050/2014) e o primeiro passo para sua elaboração foi dado no início de dezembro, com a publicação de uma portaria que atribui à presidência da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) a responsabilidade pelo seu desenvolvimento e coordenação.