Os relatos, cada vez mais frequentes, de problemas graves no atendimento e estrutura da nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Lapa preocupam a população que tem no serviço público a única alternativa de acesso à saúde. Logo após sua inauguração, com a presença do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do secretário da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, no final de janeiro, denúncias registradas na Ouvidoria da Saúde começaram a surgir.
São casos de pessoas que ficaram mais de oito horas para serem atendidas – quatro horas só para passar na triagem -, pacientes medicados de maneira equivocada, postura antiética de médicos e, até mesmo, falta de equipamentos como um simples ultrassom e de médicos especialistas. Isso, vale ressaltar, em uma unidade de saúde tida como referência em estrutura e diversidade de serviços!
Esse tipo de denúncia deve deixar em alerta vermelho as autoridades ligadas à área da Saúde e, especialmente, o próprio prefeito e seu secretário. Até porque Nunes e Zamarco vêm ressaltando a “verdadeira revolução” que a atual gestão municipal tem promovido na saúde pública. O que é indiscutível.
A UPA Lapa é a 33ª Unidade de Pronto Atendimento inaugurada em São Paulo – a 15ª nesta administração, que só no ano passado entregou 44 novos equipamentos de saúde nas várias regiões da cidade. A construção da nova UPA da Avenida Queirós Filho consumiu do poder público investimentos de R$ 31 milhões. Em relação ao antigo Pronto Socorro da Lapa, que por décadas atendeu a região funcionando no mesmo local e agora está desativado, o atual equipamento, sem dúvida, representa um grande avanço.
Além da inauguração da nova UPA, a Prefeitura, aqui na área da Subprefeitura Lapa, ‘destravou’ a reforma e ampliação para a reabertura do Hospital Sorocabana, inaugurou e reformou Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e dotou a região de equipamentos importantes, como o Centro de Referência da Dor Crônica (CR Dor) e de especialidades odontológicas.
Mas para que esse avanço na estrutura de saúde possa, efetivamente, ser percebido pelos lapeanos, é preciso que os equipamentos funcionem de forma eficaz. Não basta apenas ampliar a rede de saúde na região. Essa rede deve oferecer atendimento de ponta, especialmente com profissionais capacitados e que atendam às diversas especialidades.
Se o prefeito quer mudar a imagem do SUS na capital paulista, sua equipe de saúde deverá oferecer mais! A população da Lapa lutou muito para conseguir ter uma UPA na região. Usufruir plenamente dela é um direito nosso e um dever do poder público!