Com o adensamento cada vez mais visível da região do entorno da Ceagesp e a total falta de perspectiva em relação à mudança do entreposto da Avenida Dr. Gastão Vidigal, na Leopoldina, para uma área em Perus, no Rodoanel, se faz necessário voltar a discutir a questão dos transtornos causados pela movimentação dos mais de sete mil caminhões e carretas que circulam diariamente por todo o bairro, entrando e saindo deste que é o maior centro de abastecimento da América Latina.
Com uma população de quase 47 mil habitantes, em uma área de apenas 7,2 Km2, o que resulta em uma densidade populacional de 42 habitantes por hectare, segundo dados do IBGE, a Leopoldina não é mais aquela região pacata, com cara de interior, que tinha no início dos anos de 1970, quando a Ceagesp começou a operar na região. Hoje o bairro atrai cada vez mais moradores oferecendo uma robusta infraestrutura de comércio e serviços. E essas pessoas, bem como aqueles que já moram na região há muitos anos, não suportam mais conviver com o trânsito caótico dos caminhões e com os buzinaços que, invariavelmente, eles provocam durante as madrugadas. Isso sem falar na constante precariedade do asfalto nas ruas, que por não suportar o tráfego constante de uma quantidade tão grande de veículos pesados sucumbem em buracos, tornando o trânsito perigoso.
Por iniciativa de um grupo de moradores, que abriu diálogo com a atual diretoria do entreposto propondo o estudo de soluções conjuntas para acabar – ou, pelo menos, minimizar – esses transtornos, a Ceagesp se comprometeu a fazer a sua parte, estudando ações que envolvem reforço de sinalização e ampliação do monitoramento, além da realização de agendamento digital para a entrada dos caminhões e carretas. De acordo com a diretoria do entreposto, há um compromisso com o diálogo e a melhoria do tráfego local.
Esperemos, então, que o bom senso e a política da boa vizinhança, enfim, prevaleçam!
Eu moro na Leopoldina há 27 anos e, particularmente, gosto de ter a Ceagesp ao lado de casa e, assim, poder aproveitar a feira das flores, o feirão às quartas-feiras e os festivais de sopa e de pescados e frutos do mar. Mas, é certo, os dirigentes do entreposto não podem mais ignorar que as características urbanas da Leopoldina hoje são outras. E é preciso, urgentemente, que a Ceagesp se adapte a essa nova realidade, buscando, como sugerem os moradores, um diálogo com a CET e a Subprefeitura Lapa para a implementação de ações integradas que resultem em um trânsito mais organizado e seguro para todos que circulam pela região.