Um paradoxo na mobilidade

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A nossa região, é preciso reconhecer, é bem servida de transporte coletivo. E a perspectiva é de que esse serviço melhore ainda mais num futuro próximo, com a conclusão das obras de prolongamento da Linha-6 – Laranja do Metrô, que cobrirá a região de Perdizes e Água Branca, inclusive com uma superestação, localizada na área da Avenida Santa Marina, reunindo diversas linhas de metrô e trens metropolitanos.
Apesar disso, é preciso olhar de forma crítica para a situação atual das estações da CPTM que existem aqui. E, aí, o quadro preocupa, especialmente no quesito acessibilidade. Temos divulgado com frequência no jornal os projetos, já encaminhados pelo Governo do Estado e pelas concessionárias que administram os terminais da região, prevendo a modernização e a melhoria do acesso nos terminais Lapa, Leopoldina e Domingos de Moraes. As reformas e os novos equipamentos previstos, sem dúvida, darão nova ‘cara’ às três estações, tornando-as mais seguras e sustentáveis. O grande problema é que essas obras vêm arrastando-se por anos, sem serem concluídas.
Vejam o exemplo da Estação Leopoldina. A acessibilidade no terminal está em fase de modernização e melhorias desde 2023. O local deve receber novos elevadores, banheiros acessíveis e adaptações na plataforma para reduzir o vão entre o trem e o piso, mas o atraso na entrega dos equipamentos impede a conclusão do projeto.
Já a Estação Lapa, embora tenha tido seu entorno remodelado com novo paisagismo, só há pouco tempo passou a contar com elevadores. Após a instalação dos equipamentos, eles ficaram mais de um ano para serem ligados.
Uma boa notícia parece vir da Estação Domingos de Moraes. Na semana passada, os moradores da Vila Anastácio comemoraram a instalação de uma nova passarela de acesso ao terminal, o que já é um avanço significativo na melhoria da acessibilidade e segurança dos usuários. Para a conclusão do projeto, entretanto, falta ainda instalar novo piso, sinalização, iluminação, além de escadas rolantes e elevadores.
Os milhares de usuários que, todos os dias, utilizam um desses três terminais de trem convivem, há anos, com estações obsoletas e malconservadas. Com a perspectiva de uma melhor interligação entre os modais que servem a região, o que deverá tornar os deslocamentos mais rápidos, chegou o momento de as concessionárias investirem pesado na finalização das obras nas estações da CPTM. Só assim poderemos afirmar, de fato, que contamos com uma rede de transporte público eficiente.

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