Um parabéns especial

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Graças a uma mobilização intensa, bem articulada e estrategicamente pensada por parte de representantes de diversas associações de bairro e dos diretores dos colégios Pré-Médico e Adventista, os lapeanos conseguiram, em um curto espaço de tempo, barrar a instalação de um centro temporário de acolhimento (CTA), voltado à assistência de pessoas em situação de vulnerabilidade, que iria funcionar em um prédio localizado ao lado das duas escolas.

Com argumentos irrefutáveis, embasados na defesa do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no cumprimento da lei municipal que cria as áreas de segurança escolar, o grupo conseguiu chamar para si nessa luta aliados importantes, como o subprefeito da Lapa, coronel Paulo Adriano Telhada, a secretária municipal de Direitos Humanos, Regina Célia Santana, e até o vice-prefeito, Coronel Mello, convencendo-os que o local pretendido pela Secretaria de Assistência Social (SMADS) para implantar o CTA não era adequado. Afinal de contas, impor a mais de dois mil estudantes a convivência diária com pessoas que têm problemas de dependência química, criando um ambiente inseguro, onde, sem dúvida, transitariam também traficantes de drogas, é algo, no mínimo, sem fundamento.

A secretária de SMADS, Eliana Gomes, mesmo deixando claro na reunião realizada com o grupo que, num primeiro momento, não via empecilho na escolha do local – muitos CTAs ficam próximos a escolas, afirmou ela -, teve de curvar-se diante da força dos argumentos apresentados pela população em um abaixo-assinado com mais de 11 mil assinaturas. E muito provavelmente atendendo a uma determinação direta do vice-prefeito – ou do próprio prefeito Ricardo Nunes -, divulgou na terça-feira, 7, uma nota oficial voltando atrás da decisão.

Nós lapeanos sabemos, é claro, que não é possível simplesmente afastar a população de rua da porta das nossas casas. Assim como todo ser humano, essas pessoas têm direito ao acolhimento e a um tratamento digno. E isso, venhamos e convenhamos, a Prefeitura oferece, na forma dos vários serviços destinados à população que vive em vulnerabilidade e à prática de uma política pública que integra vários órgãos municipais. Em nenhum momento, nós, moradores, nos mostramos contrários à existência de um CTA na região. Mas acreditamos que a localização de um serviço como esse deve ser muito bem pensada e que o local escolhido deve ficarem uma área menos residencial.

Felizmente, mostramos que a razão está do nosso lado!

A forte mobilização da sociedade impeliu o poder público a fazer prevalecer a vontade da população. E, assim, a Lapa ganhou o maior presente que poderia receber em seu aniversário de 435 anos.

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