Patrimônio abandonado

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Já ressaltamos aqui algumas vezes a importância da nossa região para a sustentabilidade do meio ambiente na cidade. A Lapa é considerada um dos pulmões verdes de São Paulo. E isso se comprova quando nos deparamos com os números mais recentes informados pela Subprefeitura Lapa aos conselheiros do Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz – CADES Lapa na última reunião ocorrida na quarta-feira, 15. Segundo o supervisor de Limpeza Pública, Reny Silva, um levantamento feito pela sub dá conta de que temos, na região, 30 mil árvores plantadas apenas em ruas, dentro de um perímetro de cerca de 40,5 quilômetros quadrados. Isso sem contar as existentes nas praças, especialmente no City Lapa, a área com maior número de espaços públicos verdes da região.

Em tempos de crise climática, esse é um patrimônio inestimável, que precisa ser muito bem preservado. Mas, ao contrário, estamos longe de poder afirmar que a preocupação com o verde tem sido prioridade, tanto da parte do poder público, quanto da população. Isso, é preciso reconhecer, a que pese o trabalho desenvolvido pelo CADES e por algumas associações de bairro e o empenho pessoal de uns poucos moradores.

Durante a tempestade de ventos fortes ocorrida no final de setembro, mais de 100 árvores e galhos de grande porte caíram, o que, sem dúvida, demonstra que, apesar da grande quantidade de árvores que existe aqui, boa parte está com a saúde comprometida. É claro que, como seres vivos, as árvores têm um ciclo – nascem, crescem e morrem -, mas, segundo advertiram os próprios conselheiros do CADES, a população não colabora para preservar a vida dessas espécies verdes. Não há respeito pelas regras de plantio – algo que, aliás, nas vias públicas, precisa de autorização da Prefeitura –, nem cuidado mínimo com os canteiros, já que muitos deles estão cobertos por cimento e lixo.

Com equipes de zeladoria verde insuficientes para suprir a demanda, nossa subprefeitura trabalha ‘enxugando gelo’, ou seja, atendendo as emergências, sem conseguir se dedicar à prevenção e ao melhor cuidado com as árvores plantadas, o que inclui a fiscalização das infrações cometidas pela população e o investimento em campanhas de esclarecimento.

As emergências relacionadas ao aquecimento global batem à nossa porta e seus efeitos catastróficos são sentidos a cada intempérie. Já passou da hora, portanto, de cada um fazer a parte que lhe cabe para mantermos vivo o verde do nosso bairro. Não é preciso lembrar disso depende a nossa sobrevivência!

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