Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
A indústria brasileira trabalha firme para viabilizar, com abrangência e para o conjunto da economia, princípios e ações da economia circular. Reunimos mais de 200 iniciativas com as boas práticas do setor produtivo, startups, inovações disruptivas, em demonstração clara de que, com os incentivos certos e sob boas políticas públicas, é indiscutível a capacidade da indústria brasileira de inovar com sustentabilidade.
A despeito dos mais de três anos de amplo debate, fomos surpreendidos por iniciativa da Câmara dos Deputados, em novo substitutivo sobre o tema, que institui a Política Nacional de Economia Circular, ao qual foram apensados 22 outros PLs, reunindo assuntos de natureza totalmente diversa. Tal substitutivo altera o texto do Senado e cria um oneroso labirinto de burocracias e exigências, que apenas agrava a insegurança jurídica, sem qualquer benefício social, ambiental ou econômico.
É fundamental retomar os princípios norteadores da proposta original aprovada pelo Senado, assegurando que as vantagens comparativas do país se transformem em competitividade, demonstrando que é possível unir preservação ambiental com crescimento econômico e uma transição justa e inclusiva.