Vivemos em um mundo em que as pessoas estão se acostumando à frieza da Inteligência Artificial e dos encontros à distância, em que a tecnologia cada vez mais domina as relações e transforma as rotinas, ‘prendendo’ todos nós à tela do celular, sem quase deixar espaço para o calor dos encontros pessoais. Será mesmo?
Do alto de seus 100 anos, completados agora em outubro, o ‘velho’ prédio da União Fraterna nos mostra que a magia das festas, onde há sorrisos, abraços, apertos de mãos – enfim, onde o calor humano transpira e extravasa –ainda é capaz de atrair as pessoas e fazê-las emanar toda aquela energia positiva reprimida nos posts publicados via redes sociais.
Sim, as pessoas vivem presas à tecnologia, não conseguem mais existir sem o celular e o computador. Mas também anseiam por estarem juntas, pelo contato olho no olho, e quando isso acontece a tecnologia se torna coadjuvante dessa alegria que contagia, fazendo, instantaneamente, circular fotos e vídeos desses encontros nos grupos de WhatsApp e no Instagram.
A União Fraterna, que faz parte do patrimônio da Lapa e da nossa cidade como local de tantas celebrações e bailes memoráveis, se ‘vestiu’ de glamour para fazer acontecer a maior e mais memorável de todas as suas festas, realizada no sábado, 25. O jantar dançante do seu centenário. E ali, o que se viu passou longe da frieza tecnológica. Pelo Salão Nobre desse prédio de arquitetura belíssima, que não nos deixa esquecer da São da São Paulo de outros tempos, circulou União e Fraternidade, palavras que foram ressaltadas nos discursos que precederam o início do baile.
O grande legado que a União Fraterna carrega no nome jamais poderá ser apagado. Como bem disse Toninho Sarasá, arquiteto de renome que será responsável pelo projeto de restauro do imóvel, esse legado está enraizado em suas colunas, nos detalhes do teto, na madeira do piso com os quais o prédio foi construído, mas, acima de tudo, no suor e no brilho de todos que, a cada festa realizada no espaço, contribuíram e continuam a contribuir para fazer a história da União Fraterna acontecer.
Nesse sábado, mais de 400 pessoas circularam pelo Salão Nobre do União. Vestidas com apreço, conversaram, se beijaram, se abraçaram, trocaram sorrisos. E se deixaram levar pela música contagiante bem tocada pela excelente banda Quasímodo. Todos unidos, como grande fraternidade lapeana que somos, deixamos claro que não deixaremos se apagar o brilho e o pulsar que vibra das memórias desse que, para nós, simboliza muito mais do que um simples edifício. A cada encontro organizado hoje por nós, esse calor humano que emana da União Fraterna se perpetua, garantindo que as gerações futuras possam experimentá-lo também.




























