Cerca de 40 pessoas prestigiaram, na quarta-feira, 15, uma reunião que aconteceu no auditório da Subprefeitura Lapa, para discutir as obras já realizadas e as necessidades da passagem de nível conhecida como Toca da Onça. No encontro que contou com a presença de autoridades, moradores e o público em geral vários assuntos foram tratados, mas dois foram destaques: a falta de segurança do local e a sujeira.
O subprefeito José Antônio Varella Queija explicou sobre as novas bombas que serão utilizadas para drenagem da água de chuva. Ele também falou sobre a Operação Delegada que opera na região nos finais de semana em que policiais estiverem de folga, em dois turnos, até às 21h.
Porém, o debate tornou-se acalorado quando o subprefeito discorreu sobre a hipótese do fechamento, por pelo menos 90 dias, da Toca da Onça para se encontrar uma solução definitiva para as depredações constantes no local.
A presidente do Conseg Lapa Flávia Amorim Maia disse que “não adianta fazer plástica, se a aparência não melhorar”, referindo-se às ações da Subprefeitura, que pintou e colocou lâmpadas na passagem, as quais logo depois foram danificadas. Para ela, seria interessante testar a interdição da passagem, durante algum tempo, a fim de se avaliar o impacto no fluxo da população que circula por ali. “Podemos seguir o exemplo do Elevado (Minhocão) que passou por um período de testes, antes do fechamento em determinados horários”, sugeriu. Flávia afirmou que é inseguro passar pela Toca, depois da 22h.
Já o vice-presidente do Conseg Lapa José Trindade Celis é a favor do fechamento do túnel. “Precisamos fazer alguma coisa rapidamente: moro aqui há 40 anos e a situação é a mesma. A insegurança já faz parte”, disse. Segundo ele, para melhorar a questão da segurança, a Subprefeitura poderia fazer um acordo com a CPTM que dispõe de uma equipe terceirizada para fazer o monitoramento das estações. A construção de uma passarela foi a sugestão da dona Edna Lopes Martins, moradora da Lapa de Baixo. “Tenho um abaixo-assinado com 4.083 assinaturas, ratificando isso”, salientou. A moradora do Central Park Lapa, Beatriz dos Santos, também sugeriu uma fiscalização preventiva na área. “Passei uma década na Toca (sempre fez parte do meu caminho), e assalto é o que não falta”, diz, ressaltando a insegurança do túnel.
O ex-subprefeito da Lapa Adaucto Durigan diz que em sua administração, entre 2001 e 2004, estudou-se uma nova passagem de nível. ”Só reforma não resolve: precisamos de manutenção. Na nossa época, da meia-noite às 5 da manhã, era feita a limpeza”. Durigan analisou que inibir a sujeira (um dos problemas mais lembrados pela audiência) seria interessante. “Manter equipes trabalhando, durante toda a operação comercial, inibe as pessoas”, disse ao comentar o método de trabalho do Metrô.
Outro problema levantado foi a presença de camelôs. Moradora da rua William Speers, Magda Lima, reclamou. “Toda aquela área fica cheia de lixo. Não é fácil lidar com o mau cheiro também”, salientou a dona de casa, que mora na saída da Toca, na Lapa de Baixo.