Fechado há mais de dois anos por falta de licença de funcionamento, o prédio do antigo Hospital Itatiaia, na City Lapa, foi colocado à venda pela Amil Participações, proprietária do imóvel.
A nova decisão surpreendeu os vizinhos que aguardavam pela demolição do prédio, baseados na afirmação da advogada da Amil que, em reunião com o promotor de Meio Ambiente, Washington Luís de Assis, em janeiro, afirmou que o prédio seria demolido.
A declaração da advogada está registrada na ação civil do Ministério Público do Estado de São Paulo movida pela Associação de Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba).
Uma placa da Cartel de Imóveis anuncia o negócio avaliado em R$ 6.900 milhões. Por coincidência, a placa foi afixada no prédio depois que os vizinhos se manifestam sobre o aparecimento de ratos nas casas. Segundo eles, os roedores seriam do prédio desativado. O assunto foi abordado pelo JG, onde a Amil Participações informou que mantém vigilância e manutenção do prédio 24h, para evitar transtornos aos vizinhos.
Nova Reunião
A Assampalba briga na Justiça e no Ministério Público para demolir o prédio. “Ali era uma clínica há cerca de 50 anos. Eram duas casas. Sempre foi irregular. Trata-se de uma área residencial. Hoje o bairro é tombado e o prédio está além do permitido. Fora isso não tem vagas de estacionamento suficiente”, explica o advogado da Assampalba, Eduardo Monteiro.
A Amil foi questionada sobre a ação civil no MP, mas não se manifestou sobre a questão. Em informação fornecida pelo promotor de Meio Ambiente, a representante do proprietário do Hospital Itatiaia (Amil Participações) voltou atrás na decisão de colocar o prédio no chão. “Eles desistiram da demolição e informaram que não vão mais demolir por causa dos custos operacionais e também porque até agora não havia licença (por conta do tombamento da City) do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). O imóvel será vendido sem prévia demolição”, revela Assis.
Segundo o promotor, uma reunião com representantes da Assampalba e da Amil Participações está marcada para o final deste mês, na tentativa de encontrar uma solução definitiva para o caso do prédio.