Desde março, quando a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo decidiu publicar mensalmente na internet os índices da criminalidade em cada Distrito Policial, ficou claro que em áreas como Lapa, Vila Romana, Lapa de Baixo, Pompeia e Leopoldina um dos principais problemas é o elevado número de furtos e roubos de veículos. Na área de abrangência do 7º Distrito Policial (Lapa e bairros adjacentes) o semestre fecha com a incrível e preocupante marca de mais de mil ocorrências registradas, numa média superior a 167 casos por mês, número que nenhuma outra região da cidade de São Paulo iguala ou supera.
Diante desse quadro é mais do que bem-vinda a iniciativa da recém formada Associação Amigos da Vila Romana em abrir formalmente o debate em relação ao tema em questão, colocando a segurança pública no centro de reunião aberta à comunidade na próxima quarta-feira, dia 6 (Rua Catão, 901, às 19h30). Autoridades regionais foram convidadas a participar do evento.
Dado que não existe, no momento, outro fórum com vontade para analisar e debater os dados da criminalidade na região, espera-se que tanto a Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Sub Lapa atendam ao chamado e participem ativamente da iniciativa dos moradores e empresários da Vila Romana.
Ainda que se leve em conta o caráter exclusivamente regional do encontro do dia 6 (Vila Romana e entorno imediato), é preciso ponderar que, dependendo da postura adotada pelas autoridades presentes, o referido evento pode levar à apresentação de dados, metas e propostas que digam respeito aos bairros da gente, de um modo geral.
A PM, por exemplo, poderia aproveitar a oportunidade para dar um quadro geral da criminalidade não só na área da 1ª Companhia do 4º Batalhão (Lapa, Romana,), mas também a evolução de determinados delitos em áreas como a Pompeia (3ª Companhia) e Leopoldina (2ª Companhia).
A exposição detalhada do mapa da criminalidade na região é condição básica para congregar lideranças comunitárias da área, conjuntamente com as autoridades policiais, no sentido de planejar ações integradas de segurança, que resultem na melhoria da qualidade de vida da comunidade e na valorização da missão institucional e dos integrantes da Polícia Estadual (Civil e Militar) e GCM. Serviços de zeladoria como iluminação, e fatores como verticalização acentuda interferem na questão de segurança, mas não são os temas centrais do problema. Portanto, não vamos nos iludir: bairros mais seguros requerem, sim, diálogo entre comunidade e corporações policiais, mas sem investimentos em segurança pública, a boa vonta)de comunitária, sozinha, não fará milagres.