Convidada pelo Jornal da Gente
a percorrer os bolsões de sem teto nos bairros da Lapa e da Leopoldina,
na quarta-feira, 5, a coordenadora municipal de Assistência Social,
Margarida Yuba, responsável pelo setor Centro-Oeste (Subs Lapa,
Butantã, Pinheiros e Sé), se deparou com a realidade nua e crua
daqueles que nada tem.
Ao aproximar-se de um senhor de 65 anos, que esperava o tempo passar ao
lado de um barraco improvisado, montado na calçada da Rua Dr Seidel
(Leopoldina), a coordenadora ouviu um único pedido. “Quero ir ao
barbeiro e fazer a barba”, disse o senhor Alessio, um morador de rua
literalmente sem lenço e sem documento, a quem a Prefeitura procura
orientar para que ele possa ir ao Poupatempo e providenciar seu RG.
Preocupado com sua imagem, o sexagenário não quer, de forma alguma, se
deixar fotografar com a barba crescida e mal cuidada.
Durante três horas, a reportagem do JG mostrou à Prefeitura os pontos
mais críticos da exclusão regional: baixos do Viadutos da Lapa e
Mofarrej, ruas da Lapa de Baixo e proximidades da Ceagesp.
Impressionada com cenário apresentado, Margarida afirmou que mudar esse
quadro é competência apenas da Secretaria de Assistência Social. “Temos
pela frente um desafio que envolve um trabalho transversal, com ações
de várias secretarias (Habitação, Saúde, Trabalho, entre outras)”.
A vinda de Margarida à região, é reflexo da matéria publica pelo Jornal
da Gente, em 17 de abril, mostrando uma criança de dois anos morando
nos baixos do Viaduto da Lapa. A reportagem chegou ao gabinete da
Secretaria da Assistência Social, Alda Marco Antonio que, sensibilizada
com a questão, atendeu ao pedido do JG e acertou com sua coordenadora
essa visita monitorada pela reportagem do jornal.
Ao final do “tour” pela região, Margarida fechou um compromisso com a
comunidade: a abertura de diálogo direto com as lideranças comunitárias
e empresariais da região para, no âmbito do programa Ação Lapa,
construir projeto piloto que, de fato, possa sinalizar com a inclusão
dos sem teto.