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Das três cooperativas de
trabalhadores do setor de lixo reciclável que atuavam na área
contaminada (metais pesados como o zinco) de 55 mil metros quadrados da
ex-usina de compostagem (espaço destinado a compor o Parque Orlando
Villas Bôas na Leopoldina, cuja primeira fase foi inaugurada no dia 7
de janeiro), uma delas, a CoperViva-Bem, permanece em atividade. A
Secretaria Municipal de Serviços informou que setembro de 2009 seria o
prazo máximo para a transferência de todas as cooperativas.
O Jornal da Gente apurou que a Prefeitura já tem um novo cronograma e
promete à CooperViva-Bem um novo local até outubro de 2010. A
reportagem visitou o terreno da ex-usina e encontrou um cenário
totalmente desordenado. Nas áreas já desocupadas pelas cooperativas
transferidas há lixo e bagulhos por todos os lados.
No espaço destinado à CooperViva-Bem nada lembra um modelo organizado
de reciclagem e muito menos um ambiente capaz de passar pelo crivo da
vigilância sanitária.
Enquanto perdurar esse cenário qualquer ação da Prefeitura no local é
inviável, o que significa que a ocupação pública da área total do
Parque Orlando Villas Bôas está longe de ser uma realidade. “Só depois
de zerada toda a atividade de reciclagem na ex-usina é que poderemos
falar, concretamente, em planos para remediação do solo”, afirma o
coordenador de Finanças da Sub Lapa, Carlos Fernandes.
É justamente nessa questão que residem grandes impasses e contradições,
que nem mesmo a CPI dos Danos Ambientais concluída, em novembro, pela
Câmara Municipal conseguiu superar. Embora nos debates ao longo da CPI,
vereadores como Paulo Frange (PTB) e Juscelino Gadelha (PSDB) tenham
criticado a conduta de remediação do solo mediante a colocação de nova
camada terra, no relatório final essa observação não aparece. Frange
chegou a dizer que o ideal é remover toda a extensão de terra
contaminada. Na ocasião, o representante da Cetesb alegou que essa
medida é muito dispendiosa.
