Cargos de direção femininos

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As mulheres estão cada vez mais ocupando
cargos que até pouco tempo eram exclusivamente masculinos. Numa
radiografia da região, é fácil identificar muitas delas no comando
político de entidades e de grandes instituições.
Mulher de comunicação e ex-vereadora, Soninha Francine administra a
Subprefeitura da Lapa, desde janeiro quando assumiu o cargo deixado
pela procuradora Luiza Eluf. “Antes, o cargo era ocupado exclusivamente
por homens”, lembra José Benedito Boneli Morelli do Consabs.
Soninha comenta a comemoração do dia 8. “Dia da Mulher? Pra quê?” Esse
é um dos debates suscitados pelo 8 de março. Faz sentido uma efeméride?
Por enquanto, faz. Porque ela pauta a mídia, que levanta os dados de
empregabilidade, saúde, renda, escolaridade… E a mídia pauta os
políticos e a própria sociedade, e assim se cria pressão por mudanças.
Algumas já vieram, e estão tão assimiladas que parece incrível que um
dia tenha sido diferente. Quando eu estava no ginásio, ainda se
discutia se era \’certo\’ mulher fazer faculdade; se não prejudicaria sua
vida familiar… Hoje ainda há tabus, obstáculos e impedimentos, mas
ninguém acha que uma mulher está invadindo espaço masculino apenas por
estar no ensino superior”, diz a subprefeita.
Para ela, alguns espaços ainda são \’masculinos\’, como a política. “Em
todas as áreas, as mulheres vão ocupando seu espaço à medida que há uma
troca de gerações. Na política, essa troca é muito difícil… Quem já
está dentro tem muito mais facilidade para permanecer do que quem está
fora tem de entrar. Não quero que haja mais mulheres parlamentares e em
cargos do Executivo porque \’mulheres são melhores do que os homens\’ –
não somos. Mas porque a divisão meio a meio seria uma representação
muito mais verdadeira da sociedade. E porque, já que ainda somos
\’novidade\’ nesse mundo, chegamos menos acostumadas, menos conformadas
com o fato de as coisas serem como são. Ouvimos tantas vezes, desde
pequenas, \’mulher não pode\’, que desenvolvemos o saudável hábito de
questionar regras injustas – \’Quem disse que não pode?\’. Às vezes a
pergunta não tem resposta – e a gente descobre que, na verdade, pode
sim. A gente tem mais liberdade e poder do que usa”, frisa Soninha.
Leni Bertolla é uma executiva que se destaca à frente da unidade
Leopoldina do Sesi-SP. “O maior desafio foi conquistar meu espaço no
mundo executivo. A mulher tem que ser excelência em tudo, tem que ser
nota dez”.
A Secretária Executiva da unidade Lapa da ACM, Cristina Neglia, avalia
as mudanças no universo feminino. “Depois que as mulheres saíram de
casa para trabalhar, o relacionamento familiar mudou muito com a
divisão de responsabilidades. O homem passou a participar mais
ativamente da vida familiar. Eles ainda estão em maioria nos postos de
comando, mas temos muito que comemorar neste Dia da Mulher”, diz
Cristina, analisando o número de mulheres em cargos de direção na
região.
Cristina tem razão. O chamado “sexo frágil” vem conquistando posições
importantes. No Clube Escola Lapa (o Pelezão) quem manda é a
ex-jogadora de volei da Seleção Brasileira, Ana Lúcia de Camargo
Barros. Na área da educação, tanto a dirigente regional da Secretaria
de Estado quanto do Município são mulheres. Sueli Eguchi é responsável
pelas escolas municipais na região e Walkyria Cattani pela diretoria
Centro Oeste das escolas Estaduais.
Roseli Arrojo é a diretoria do Centro de Professorado Paulista com sede
na PioXI e também foi dirigente municipal de Ensino por duas vezes.
“Minha área é mais feminina, talvez por isso não enfrentei
preconceitos”.
As duas instituições regionais de advocacia têm comando feminino.
Helena Maria Diniz é a presidente da OAB-Lapa e Marina Medalha da
Associação dos Advogados da Lapa. “Graças a Deus pude ser criada
aceitando todas as adversidades, não limitando minhas atitudes por
causa de ‘preconceitos’ que jamais me atingiram. No entanto, eles
existem sim, mas a sabedoria e a vontade de realizar a mais pura
Justiça nos leva a ultrapassar os obstáculos e encontrar o ápice que é
a paz!”, declara Marina.
Elas também estão à frente de todos os Conselhos Comunitários de
Segurança (Consegs) da região: Maria Vargas na presidência do Lapa,
Elizete Fabbri no Perdizes – Pompeia, Luciane Zíngaro no Leopoldina e
Simone Toni no Jaguaré. Sem dúvida, as mulheres estão dominando a
região.

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