Vítima de problemas cardíacos, o advogado lapeano Carlos Zuanella faleceu na terça-feira, 10. Ele tinha 86 anos. Figura ativa e sempre presente nos círculos comunitários, ele nasceu na Lapa, uma das paixões de sua vida. “A Lapa me deu tudo o que tenho na vida”, costumava dizer com orgulho nas rodas de amigos. “Meu pai, além da família tinha outras três paixões: o bairro onde nasceu, se criou e se realizou; a maçonaria e o São Paulo Futebol Clube”, conta Eduardo, filho único da união de Carlos Zuanella e Nazareth Gomes. “Guardo a lembrança de um pai trabalhador, um homem de caráter irretocável, fiel à sua família e uma pessoa que dava extremo valor às amizades que cultivou dentro e fora da Lapa. Amigos, dizia meu pai, não têm defeitos”.
Antenado com as mudanças no mundo do Direito, Zuanella logo abraçou a inovação dos Tribunais Privados (instâncias criadas para acelerar alguns tipos de processos como aqueles trabalhistas, por exemplo) e se credenciou para abrir na Lapa (Rua Albion), o Tribunal de Justiça Privada da 1ª Câmara Setorial de Mediação e Arbitragem, do qual era presidente.
No cotidiano da vida comunitária, um dos amigos mais próximos foi o diretor do Ciesp Oeste, Fábio Ferreira que lembra da outra paixão de Zuannella. “Vibramos juntos em muitos jogos do São Paulo, no Morumbi. Ele era um torcedor de dar inveja”, conta Ferreira. “Nos últimos tempos, convivi muito com Zuanella, tanto que ele se tornou um conselheiro informal do Ciesp. Ele também tinha muitas histórias para contar, afinal viu a Lapa crescer e se desenvolver”
Um dos orgulhos lapeanos de Zuanella era o Pelezão, clube que ajudou a fundar nos anos 70. “Ele me contou que naquela época trabalhava na Secretaria Municipal de Esportes (governo Toledo Piza). Durante a inauguração do Pelezão, a comunidade juntou numa caixa, jornais do dia, revistas da semana e outras papéis. Como se fosse um tesouro, enterraram a caixa num dos cantos do Pelezão, junto à pista de Cooper. Até hoje ninguém resgatou esses objetos, que conta o cotidiano da época em que o nasceu o Pelezão”, recorda o diretor do Ciesp.
O nome Zuanella está intimamente ligado à maçonaria lapeana. Ernesto Zuanella (pai de Carlos) dá nome a uma das lojas maçônicas da região. “O que falar de Carlos Zuanella? Ele foi um bom homem. Polêmico, mas sempre amigo. Foi um bom maçom, que sempre soube expor as virtudes que tinha”, afirma Nelson Ballarin, venerável da Loja Maçônica Ernesto Zuannela.
Carlos Zuanella além do filho Eduardo e da viúva Nazareth, deixa duas netas, Luciana e Giuliana. A missa de sétimo dia será celebrada na segunda-feira, 16, às 19h30, na igreja Dom Bosco (Pio XI com Cerro Corá).