Recentemente, um conceituado médico da região alertava: “basta que aconteça uma tragédia como a do Osasco Plaza Shopping para que a rede de saúde da Zona Oeste da capital entre em colapso. Imagine o tamanho do caos se, em situações assim, a Lapa deixasse de oferecer os leitos disponíveis no Hospital Sorocabana”. Em outras palavras: ai de nós, sem o Sorocabana.
A frase acima mostra a importância do único equipamento hospitalar da região que atende basicamente (internação, cirurgia e pronto-socorro) pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, no exato momento em que uma crise de proporções ainda desconhecidas – dada à falta de transparência da gestora do Sorocabana, Silvia Fernandes Pereira – coloca em risco o futuro do hospital, é chegada a hora de todas as entidades representativas da Lapa e bairros vizinhos, sejam elas associações de moradores, movimentos em defesa da cidadania ou entes corporativos, abraçarem uma causa cidadã: o S.O.S. Sorocabana.
Todas essas entidades têm motivos de sobra para lutar pela reversão da crônica agonia do hospital da Rua Catão, que recebe gente vinda não só da Lapa como também de outros bairros e até mesmo de cidade da Grande São Paulo: as Associações Amigos de Bairro por terem uma ligação intrínseca com o Sorocabana; o comércio e a indústria por terem nas proximidades um hospital que, uma vez modernizado, pode muito bem servir de base para convênios empresariais; as associações que representam os advogados pelo simples fato de a Saúde ser um direito constitucional inalienável; e, por fim, os movimentos de cidadania e proteção do patrimônio regional por ser o hospital um bem imóvel que precisa ser preservado legalmente para continuar prestando serviços na área da saúde.
Uma grande cruzada em defesa do Sorocabana precisa ser lançada, pois dele dependem milhares de cidadãos que, à margem da rede hospitalar privada, só podem contar o atendimento público. Para tanto, é necessário que o associa-tivismo regional se disponha a dialogar com o grupo de conselheiros da entidade recém-empossados. São sete membros dispostos a lutar pela transparência administrativa, pondo fim a um sistema de gestão que muito lembra um feudo familiar. Essa união, somada à pressão vinda do Legislativo Municipal, que convida a gestora do Sorocabana a prestar esclarecimentos sobre a situação do hospital, pode ser o primeiro passo que nos leve a tirar o hospital lapeano da UTI.