Na edição de 16 de fevereiro usamos o título acima, para, neste mesmo espaço, avaliar os problemas na condução das obras da Operação Urbana Água Branca, uma série de intervenções urbanísticas com reflexos diretos em toda a região da Lapa.
Na mesma ocasião publicávamos as críticas da Associação Amigos de Vila Pompéia em relação aos projetos apresentados pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), que anunciava um pacote de pequenas obras que consumiriam mais de R$ 30 milhões arrecadados no âmbito da própria Operação Urbana.
Numa inquietante audiência pública, convocada pela subprefeita Luiza Eluf, a moradora Maria Antonieta Lima e Silva protocolava detalhado relatório, no qual colocava em xeque as propostas da Emurb, empresa subordinada à Secretária Municipal de Infra-Estrutura (Siurb). A leitura desse relatório foi acompanhada pela subprefeita e pelo diretor da Emurb, Rubens Chammas. Posteriormente, Maria Antonieta relataria e apontaria, pontualmente, à subprefei-ta uma série de itens, que segundo ela, comprovariam irregularidades nos projetos da Emurb, como por exemplo, a construção de uma rua, que na verdade já existe, ligando a Avenida Francisco Matarazzo à Avenida Auro Soares de Moura Andrade.
O que vem à tona agora é que o secretário de Infra-Estrutura Urbana, Marcelo Branco ,disse que desconhecia os problemas apontados pela Associação Amigos de Vila Pompéia. Uma vez posto a par da situação pela imprensa (Estadão), Branco imediatamente mandou suspender três projetos contestados por Maria Antonieta.
Ora, se levarmos em conta o que diz o secretário resta perguntar? O que fizeram a subprefeita Eluf e o diretor Chammas da Emurb com as graves denúncias levantadas pela Associação Amigos de Vila Pompéia.?
Quando questionada a respeito da Operação Água Branca, a subprefeita nos manda procurar a Emurb. Dessa forma, dá a entender, num lamentável engano, que os gabinetes da Rua Guaicurus,1000, nada têm a ver com o planejamento urbano. Vale lembrar, no entanto, o artigo 5º da lei das Subprefeituras. Ele diz claramente que uma das funções dessas instâncias administrativas é “planejar, controlar e executar os sistemas locais, obedecidas as políticas, diretrizes e programas fixados pela instância central da administração”. Ou seja, fica claro que “subprefeiturar”, vai muito além do que prestar serviços de zeladoria urbana.