O 91º Distrito Policial, na avenida Gastão Vidigal, vive uma situação anômala, tendo sido transformado em cadeia pública, depois que o juiz titular da 1ª Vara das Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios, Cláudio do Prado Amaral, determinou à Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAP) que não recebesse mais criminosos no superlotado Centro de Detenção Provisória 2 (CDP) de Pinheiros (região da Leopoldina). Os motivos do despacho do juiz foram superlotação carcerária (1.599 detentos onde cabem 512) e maus tratos aos presos.
O resultado dessa decisão judicial, é a superlotação do 91º Distrito, onde, conforme apurou a reportagem do JG, estão confinados mais de 70 detentos, quando, na verdade, existem condições para abrigar um número bem menor. “Estamos distribuindo os presos em flagrantes em nossos distritos policiais, afirma o diretor do Departamento de Polícia Judiciária (Decap), Aldo Galeano. “A delegacia da Leopoldina consegue receber 25 presos, mas na atual situação chega a ficar com três vezes mais.”.
A delegacia na Gastão Vidigal funciona, normalmente, como carceragem de passagem, recebendo presos em flagrantes por curto período de tempo (até 48n horas). Num final de semana é comum passarem pela Leopoldina 20 ou mais detentos que, posteriormente, são encaminhados para o sistema de carceragem estadual. Com a crise no Cadeião, os presos que não podem ser transferidos ficam dias e dias no 91º, à espera de uma vaga no sistema carcerário.
Insegurança é geral
na região
Durante a semana, a redação do Jornal da Gente continuou ouvindo moradores e comerciantes assustados e indignados com a onda de violência, que se instalou em bairros como Lapa, Hamburguesa e Água Branca.
Um morador da Carlos Weber conta que carros estacionados no cemitério da Lapa, por conta de um enterro, foram alvo de furtos (carteiras, documentos, som, óculos), na tarde de 26 de fevereiro. “Numas das portas do cemitério havia dois policiais da Guarda Civil Metropolitana”. Ainda na Hamburguesa, outro morador afirmou estar preocupado com a freqüência de furtos em veículos nas proximidades da Rua Teerã.
No Alto da Lapa, a população também reclama da falta de segurança. Em depoimento ao JG, uma pessoa confirmou que na região da Cerro Corá acontecem roubos e furtos, freqüentemente.
A quarta-feira, 27, foi marcada por atos violentos na Água Branca. Na rua Cenno Sbrighi, o editor de imagens Alexandre Martins, funcionário da TV Cultura, foi assassinado numa tentativa de assalto. Na Francisco Matarazzo, assaltantes renderam o gerente e o mantiveram como refém, após a polícia ter sido acionada. A operação terminou com a rendição dos bandidos. Na quinta-feira, 28, uma pizzaria na Vila Romana foi assaltada.
Entre janeiro e fevereiro uma série de lojas e bancas de jornais na Vila Hamburguesa foram furtadas em diferentes madrugadas, o que trouxe enorme sensação de insegurança para o comércio da região.
Segundo o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, coronel Nicanor Ribeiro de Camargo Neto, de imediato haverá intensificação das rondas. “Todo nosso esforço é voltado para o máximo de eficiência”, afirma o coronel.