Vamos pressionar

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Mais um verão e a história se repete. Os bairros da gente são vítimas de enchentes, expondo a fragilidade do tecido urbano local, que clama por uma política pública onde planejamento seja a palavra de ordem.
No verão de 2007, o JG registrou e relatou flagrantes das águas invadindo ruas, residências, comércio e próprios municipais. Naquela época, ao ser questionada sobre a falta de uma infra-estrutura local capaz de fazer frente à força das águas, a Subprefeitura da Lapa jogou a culpa no temperamento instável de São Pedro.
Ao responsabilizar o santo apóstolo, o poder público isentava-se de culpa e, ato contínuo, embarcava num estado de hibernação, dando as costas à população da região da Lapa, sem ter o trabalho de lutar para por fim a importantes gargalos na captação de águas pluviais.
O resultado dessa vergonhosa falta de planejamento urbano é o triste relato que fazemos nesta edição: mais uma vez pontos como Avenidas Gastão Vidigal e Mofarrej, ruas como Carlos Weber, Passo da Pátria e John Harrison ficaram submersas. O mesmo aconteceu com a própria Sub Lapa, com a água tomando conta, a exemplo de anos anteriores, do pátio de estacionamento.
O que há de novo neste lamentável cenário, é que desta vez, o gestor de plantão no gabinete principal da Rua Guaicurus 1000 não colocou a culpa nos caprichos da natureza. A subprefeita Eluf reconhece que é preciso realizar obras para por fim a esse crônico problema das enchentes.
Acontece, que a dotação de verbas para esse fim é altíssima. Só para acabar com inundações nas regiões da Rua Guaicurus e Avenida Francisco Matarazzo são necessários R$ 30 milhões. Isso sem falar em obras na Mofarrej, na Vila Hamburguesa etc.
Não podemos ser ingênuos e acreditar que valores como esse serão liberados da noite para o dia. Temos, então, de buscar estratégias de pressão e fazer chegar aos gabinetes do Executivo Municipal nossas justas demandas. Um bom começo seria o envio de um ofício, por parte das Associações Comunitárias, à subprefeita, solicitando reunião de caráter técnico, onde engenheiros da Sub pudessem elencar as obras necessárias. O passo seguinte seria levar, enquanto comunidade, esse planejamento ao prefeito Kassab e dele cobrar a liberação das verbas. Quem sabe, até outubro, alguma obra pluvial seja autorizada e até mesmo inaugurada. E daqui até lá, inaugurar é um verbo que estará sendo conjugado, permanentemente, por Gilberto Kassab.

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