Aos 75 anos, o órgão de tubos da Paróquia São João Maria Vianney, da Vila Romana, passou por uma profunda reforma nos primeiros meses deste ano para retomar seu lugar de destaque na antiga matriz da Água Branca. “Apesar de ser um dos menores órgãos que restaurei, tive o desafio de entender a sua pneumática e fazer exatamente como o construtor tinha montado, deixando o instrumento funcionando conforme foi concebido. Ele está totalmente original tanto na sua fônica quanto em seu funcionamento”, explica José Darulhes Filho, organista e organeiro responsável pela restauração do instrumento que este ano completa 75 anos.
O órgão pneumático (no qual é bombeado o ar e de acordo com o registro acionado o ar é liberado para que saia pelos tubos) conta com 300 tubos de madeira e apenas quatro registros, que foram capazes de emocionar os fiéis que foram à missa da Quinta-Feira Santa (2 de abril), quando Darulhes entregou o instrumento novamente à comunidade, depois de 30 anos inoperante. A inauguração do órgão na igreja aconteceu em 21 de outubro de 1956, com o monsenhor Luis Gonzaga de Moura. E durante a restauração, o organeiro encontrou afixado no teto da caixa acústica do órgão uma placa com o programa da primeira missa.
À época de sua aquisição, conta Darulhes, o instrumento de grande porte acompanhava o renomado Coral do Santo Cura Dars, com cerca de 40 vozes, que se apresentava com frequência na igreja e tinha como diretor o maestro Victor Barbieri. “Para a comunidade é motivo de júbilo ter de volta o instrumento nas celebrações, que foi uma grande conquista da paróquia na década de 50”, explica o padre Raimundo Rosimar Vieira da Silva, que ressalta que o Banco Bradesco arcou com o restauro do instrumento e a comunidade ajudou no restauro do altar da igreja.