Jovem morre na unidade Leopoldina

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Unidade costuma viver clima de tensão, inclusive com a presença da Tropa de Choque

Um rapaz de 18 anos, sob custódia da Fundação Casa (ex-Febem) – na Vila Leopoldina –, foi encontrado morto em seu quarto. O Boletim de Ocorrência registrado na quinta-feira, 19, aponta morta suspeita. A direção da Fundação fala em suicídio. “Num momento de individualidade, ele decidiu por fim à própria vida, enforcando-se com panos de sua roupa pessoal” , confirma o vice-presidente da Fundação, Mansueto Lunardi.
O jovem estava internado há mais de um ano e recebia acompanhamento psicológico e psiquiátrico. O caso foi comunicado à Justiça e à Polícia Civil.
Os 100 menores que vivem reclusos na unidade da Vila Leopoldina são reincidentes graves. Fechada em si mesmo, e ignorando que no bairro e região existe um sistema de entidades que poderiam ser parceiras (OAB, Ciesp, Senai, Sesi, ACSP, entre outras), a Casa Leopoldina dá claros sinais de que o ambiente interno está longe de ser modelo para a reintegração social dos adolescentes. Por lá, por exemplo, não param diretores. Inaugurada em setembro de 2006, a unidade já recebeu quatro diretores distintos. “Não é fácil encontrar pessoas com o perfil ideal para lidar com esse tipo de adolescente, que já conhece o sistema de internação”, admite Mansueto Lunardi
Só neste ano, a diretoria da unidade interveio numa tentativa de fuga, plenamente abortada, e contabilizou uma fuga bem sucedida: semanas atrás, 12 adolescentes conseguiram pular os muros. Oito foram recapturados, mas quatro continuam foragidos. “Eles (governo e Fundação) falam de medidas sócio-educativas, mas já ouvimos mães reclamando que seus filhos foram agredidos”, afirma Conceição Paganele, presidente da Associação de Mães e Amigos da Criança e do Adolescente em Risco. “Isso não é verdade”, rebate Lunardi. Para evitar contradições como esta, a saída não seria formação de um Conselho Gestor que acompanhasse o funcionamento da unidade? Lunardi discorda. “É uma unidade que não está distante, fisicamente, da direção geral da Fundação Casa. Existem condições de sabermos, perfeitamente, o que se passa por lá”.

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