Após o JG ter publicado matéria sobre a decisão da Secretaria Municipal de Cultura de se desfazer dos objetos de valor histórico que compõem acervo do Museu da Lapa, o presidente da Associação Amigos da Lapa de Baixo (Salb), Décio Ferreira, saiu a campo para lutar pela preservação da memória local. “O secretário Calil está equivocado”, afirma Décio. “Por lei, a Secretaria de Cultura está obrigada a manter e cuidar de todo o acervo de museus de bairro, incluindo objetos”, acrescenta o presidente da Salb.
Com a experiência de quem zela pelo acervo da Revolução de 32, o professor e pesquisador José Carlos de Barros Lima, confirma que existe, de fato, legislação específica sobre o assunto. “O decreto 37.973 de 18 de maio de 1999 determina que as Bibliotecas Municipais deverão manter e instalar, seção denominada ‘Memória dos Bairros’”, afirma Barros Lima, um incansável pesquisador da história da Lapa e região. Tal seção, conforme determina o artigo 2º do referido decreto, contará com acervo constituído por “livros, fotos, jornais, desenhos, revistas, filmes vídeos, documentos de valor histórico, peças significativas e demais objetos que contribuam para o resgate e preservação da memórias dos respectivos bairros”.
Já a portaria de 2004 diz o seguinte: “Todas as Bibliotecas deverão destacar de imediato, preferencialmente em área nobre de seu acervo geral todo material referente à Memória do Bairro”.
Diante disso, Décio Ferreira pergunta: “Como é que o secretário Calil impõe a retirada dos objetos de valor histórico para a Lapa?”.
Procurado para falar sobre essas contradições, o secretário Calil não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.