Em reunião com representantes da Seccional Lapa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o subprefeito da Lapa, Paulo Magalhães Bressan, minou a expectativas da entidade que luta para a construção de uma sede unificada do Fórum da Lapa num amplo terreno localizado na Rua Hugo D´Antola (imediações da Polícia Federal, na Lapa de Baixo) e de propriedade da própria subprefeitura. “Ele afirmou não poder dispor dessa área e nos indicou algumas alternativas”, explica a presidente da OAB-Lapa, Helena Maria Diniz. “Já encaminhei essas sugestões à Secretaria da Justiça. Lá, o departamento de Engenharia irá avaliar qual das áreas que o subprefeito selecionou é a mais adequada para ser a nova sede do Fórum Regional”, acrescenta a advogada.
A decisão de Bressan foi um verdadeiro balde de água fria nas articulações políticas da OAB e de vários setores da comunidade, que se mostravam confiantes em relação ao desfecho dessa luta em torno da construção de uma sede forense capaz de abrigar, num único local, todas as Varas do Fórum da Lapa. Em abril, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Celso Luiz Limongi, assumiu, diante de magistrados que atuam na Lapa, o compromisso de realizar gestões junto ao prefeito Gilberto Kassab para que a prefeitura liberasse a área requerida pela OAB. Os esforços de Limongi encontraram eco na Câmara Municipal, com a mobilização do vereador Claudinho de Souza, que também se mostrou sensível às reivindicações comunitárias. Porém, na confrontação do Judiciário e do Legislativo com o Poder Executivo, falou mais alto a voz do subprefeito, o que faz tudo voltar à estaca zero no que diz respeito à construção da nova sede do Fórum Regional da Lapa.
Com o impasse, a população continua sendo prejudicada, tendo de enfrentar situações de caos quando procura uma das Varas do Fórum lapeano, conforme faz questão de lembrar Helena Maria Diniz. “A população carente fica nas escadarias, formando longas filas desde as primeiras horas da manhã. Isso é fruto do crescimento populacional e de uma estrutura que se mantém por mais de 30 anos. O cliente, que é a própria comunidade, não consegue ser atendido com dignidade. Fica horas de pé pelos corredores aguardando por uma audiência”.