EDUARDO FIORA
Aos sábados e domingos, um dos trechos mais movimentados da Vila Hamburguesa, o cruzamento da Rua Carlos Weber com a Rua Schilling, transforma-se num grande palco montado pelo marketing imobiliário. Impedidas de continuarem montando cavaletes nas calçadas da cidade, construtoras, incorporadoras e imobiliárias driblam a legislação e continuam poluindo a paisagem urbana.
Empresas como a Kallas Engenharia, por exemplo, substituíram os cavaletes por placas ambulantes, sustentadas nas esquinas por jovens e adolescentes, que as carregam como quem leva um estandarte. O mesmo expediente é utilizado por outra grande construtora, a Even, que também está erguendo empreendimentos na região. No final do ano passado, a própria Kallas fazia circular sua publicidade em cima de um grande reboque, atrapalhando o trânsito na Carlos Weber “Criaram o homem-faixa e a moça-placa, além dos anúncios circulantes. Mas esse tipo de publicidade é ilegal”, garante o subprefeito da Lapa, Paulo Magalhães Bressan. Segundo ele, a fiscalização desse tipo de atividade esbarra em dificuldades práticas. “Se a moça se agarra à placa que esta segurando, os fiscais ficam sem ter como agir. Não dá para levar a pessoa junto com a publicidade”.
Ouvida pelo Jornal da Gente, a Kallas Engenharia disse que a Estorino Eventos foi a empresa contratada para realizar essa operação de marketing, que do ponto de vista da construtora é legal, pois recolhe taxas junto à prefeitura. Porém o departamento de Fiscalização da Subprefeitura da Lapa confirma que não existem taxas que justifiquem a legalidade desse tipo de publicidade. A Even, por meio de sua Assessoria de Imprensa, comunicou que o diretor da empresa responsável por essa área mercadológica não poderia dar entrevista, pois está em viagem pelo exterior.
Outra ação que enfeia a cidade, e se coloca contra as iniciativas da prefeitura em despoluir ruas e avenidas, é o uso de grandes outdoors no alto de casas residenciais ou não. Exemplo disso é a publicidade num imóvel da Rua Schilling do empreendimento comercializado pela Coelho da Fonseca. Do nível da rua, não é possível notar a existência do número do Cadam (órgão que permite a instalação de um outdoor em determinada área). Até o fechamento desta edição, a empresa não havia se manifestado sobre o assunto.