Da maternidade ao mundo dos negócios, as mulheres vêm ocupando espaços que até bem pouco tempo eram exclusivas dos homens. A jornada dupla, em casa e no trabalho, os filhos, marido e a luta por ideais marcam o dia-a-dia da maioria delas. Muitas ficam anônimas e outras deixam suas marcas na história como no caso de algumas mulheres residentes na região da Lapa, Leopoldina e Jaguaré.
Marina Villas Bôas é uma delas. Forte e determinada, é uma mulher contagiante com o seu amor por Orlando Villas Bôas, falecido há três anos.
Antes de contribuir na formação dos filhos, Orlando e Noel, Marina abraçou a causa indígena em 1957. Nesta época, ela era apenas uma jovem enfermeira e admiradora do trabalho dos irmãos Villas Bôas.
Do seu endereço na Lapa, Marina se recorda do dia em que, por meio de um amigo em comum, conheceu Orlando e em seguida foi convidada a participar da criação do Parque Nacional do Xingu. “Orlando me convidou e acabei indo. Gostei e fiquei”, lembra Marina .
No meio da floresta, na luta pela preservaçao do povo indpigena, ela enfrentou epidemias como a malária e leishmaniasis e desenvolveu, junto com Orlando Villas Bôas, um trabalho de combate a essas doenças que resultou no controle da epidemia e na diminuição da mortalidade infantil no Xingu. “Me apaixonei pela causa e por Orlando. Com dedicação e muito trabalho conseguimos excelentes resultados”, revela Marina, deixando sua marca na história do Brasil.
Trabalho social
Outra personalidade que merece destaque é a coordenadora administrativa e pedagógica de cursos profissionalizantes da Sociedade Benfeitora Jaguaré, Margarida Maria Ruivo. Com vários cargos no currículo, indicada pela própria comunidade do Jaguaré, Margarida também é coordenadora de voluntários representando a Benfeitora junto ao Centro de Voluntariado de São Paulo e a Fundação Abrinq . “Há 8 anos comecei a me envolver com a comunidade. De uma a duas vezes por mês e também em datas comemorativas abrimos a Benfeitora para toda a comunidade com atividades especiais como almoços comunitários, cabeleireiro, entre outros eventos”
A exemplo da Lapa e do Jaguaré, a Vila Leopoldina também tem uma mulher forte e determinada. Lutadora, Gláucia Mendonça Prata se tornou uma verdadeira sindica da Leopoldina. Ela mora no bairro há 38 anos e conhece bem seus problemas. Acostumada a participar , desde pequena, das reuniões da Sociedade Amigos de Vila Leopoldina quando o pai, Francisco Prata (falecido), era vice-presidente da entidade, tomou gosto pela luta em fazer da região um lugar melhor para a comunidade. Ela mobilizou vários moradores e autoridades para tirar a usina de compostagem de lixo do bairro. “O mau cheiro incomodava a todos”, lembra Gláucia.
Luta e conquistas
Para muitos, o caso era perdido. Mas ela não desistiu e continuou a luta. Resultado. Conseguiu. A usina foi desativada em setembro de 2004.
Agora, uma de suas reivindicações junto ao atual governo municipal é transformar ao local em um parque cultural para a comunidade da região com o nome de um lapeano ilustre: Orlando Villas Bôas. Porém, o local ainda deverá passar por uma desontaminação antes de ser transformar no espçao cultural e de lazer sonhado por Gláucia.
Outra luta dessa líder leopoldinense é fazer com que o poder público estadual promova ações compesatórias no bairro em virtude da instalação de uma unidade da Fundação do Bem Estar do Menor (Febem).