Imprescindível participação

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EDUARDO FIORA

Aconteceu na Vila Leopoldina, mas o contexto tem a ver com outros bairros como Lapa e Jaguaré, por onde também circula este Jornal da Gente. No espaço de apenas 3 dias (15 e 17 de outubro), Polícias Civil, Militar e Subprefeitura se debruçam em dois problemas críticos do bairro: casas de prostituição e moradores de rua. Resultado da ação: três prostíbulos fechados; algumas pessoas encaminhadas para o albergue mais próximo. Que bom, diriam alguns, talvez sem muito pensar. Outros, até mesmo filosofando, diriam: que solução é essa que nada resolve?
Sinceramente, faço companhia à turma da indagação. De fato, lacrar os prostíbulos da região não significa resolver o problema da prostituição, muitas vezes envolvendo meninas em plena adolescência. Como reconhece a própria Polícia Militar: fecha-se o prostíbulo, mas as garotas não tendo para aonde ir, acabam morando no próprio local. O futuro delas? Não é difícil imaginar qual será esse destino.
Também não é solução levar a população de rua para os tradicionais albergues, sem que seja posta em prática uma real política de reintegração social para essa gente, há tempos destituída de um conceito básico em qualquer sociedade democrática: o direito à plena cidadania. Alguém saberia dizer qual é a política social capaz de resolver esse problema dos moradores de rua, que tenha sido proposta em Brasília, gestada no Palácio dos Bandeirantes ou elaborada pela prefeitura de São Paulo?
Se os nossos governantes patinam em termos de políticas sociais, como provam os cenários leopoldinenses, é mais do que hora de uma ampla mobilização comunitária para fazer frente a esse quadro de injustiça social. Por comunidade entenda-se associações de bairro; moradores, lojistas e também, em particularmente empresas públicas e entidades empresariais. Sim, seria importante que grandes referenciais da Leopoldina como Correios, Ceagesp e Sesi, pudessem se aproximar do Conselho Comunitário de Segurança, fórum democrático, onde as demandas sociais do bairro acabam sendo canalizadas. Essas três estruturas, cujos trabalhos voltados à comunidade são amplamente reconhecidos e valorizados, teriam uma enorme contribuição a dar no tocante à elaboração de estratégias que reintegrem centenas de pessoas ao convívio social. A comunidade só teria a ganhar se na próxima reunião do Conseg Leopoldina, Correios, Ceagesp e Sesi, participassem ativamente dos debates, trazendo à luz considerações e propostas baseadas na rica experiência de suas respectivas ações sociais.

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