Doze vira palco de batalhas

0
1146

“Serra, quem vai sustentar nossos filhos?”. Essa era uma das muitas frases escritas em faixas de protesto erguidas no tumultuado e por vezes violento cenário no qual se transformou a Rua Doze de Outubro, na semana que passou, marcada por encontros e desencontros entre autoridades públicas e vendedores ambulantes.
A crônica de uma conflito anunciado começou já no sábado dia,8, quando às vésperas do Dia da Criança, os camelôs desafiaram a autoridade pública e instalaram, sem ser incomodados, suas barracas por boa parte da Doze, embora a subprefeitura tivesse prometido a liberação da rua para o comercio ambulante somente a partir do dia 10, segunda-feira.
Mas na quinta-feira, dia 13, a prometida liberação de 77 pontos nas calçadas da própria Doze de Outubro e outras 29 na Cincinato Pomponet ainda não havia sido posta em prática, irritando os vendedores. “Eu trabalho aqui desde a época do Jânio Quadros. Paguei o que devia, mas até agora não liberam o meu ponto”, gritava, indignada, uma ambulante. “Acho que nos confundiram com camêlos. Somos camelôs e não queremos ser tratados como animais”, protestava outro vendedor, mostrando seu antigo TPU e o atual comprovante de comparecimento para regularizar a sua situação. Agentes da subprefeitura prometiam que a partir das 15 horas seriam liberadas as licenças de quem, efetivamente, estivesse regularizado.
Mas, durante toda a quinta-feira, o clima continuou e o comércio local teve dificuldades de abrir as portas. Para impedir manifestações violentas, a tropa da Guarda Civil Metropolitana intimidou os ambulantes, fazendo com que eles se dispersassem. Com a confusão, algumas pessoas ficaram feridas, entre elas o ambulante Jair Pedro Amaral. “ Os guardas vieram e me acertaram” disse Jair, que estava com o joelho atingido, por uma bala de borracha e foi socorrido pela ambulância de plantão no local. Um grupo de camelôs chegou a atacar a própria. Munidos de pedras e tijolos,os manifestantes apedrejaram o edifício localizado na Rua Guaicurus.
Na sexta-feira, a Doze amanheceu, mais uma vez, tomada por policiais. “Essa situação precisa ser resolvida. Se os ambulantes querem trabalhar, nós também queremos”, afirmou um dos lojistas que atua na região há 28 anos.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA