Um policiamento participativo

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Com uma planilha nas mãos, onde aparecem os índices de criminalidade na região do Jaguaré, o tenente-coronel Wanderley Medeiros, responsável pelo comando do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), ao mesmo tempo em que se orgulha da acentuada redução da violência na região nos oito primeiros meses de 2005, mostra uma certa inquietação. “Perseguimos sempre os melhores resultados no combate ao crime. De 2004 para 2005 demos um grande salto nesse sentido, mas temos de continuar apostando e aprimorando um modelo de policiamento que busque uma interface cada vez maior com a comunidade”, afirma Medeiros. “Esse relacionamento com a população é a chave do sucesso de qualquer ação da Polícia Militar”, acrescenta o comandante.
No dia-a-dia do trabalho, Medeiros filtra ou participa diretamente de um grande diálogo com milhares de moradores e policiais subordinados. O 16º BPM/M abraça sete Companhias e reúne 1.100 homens. A 5ª Companhia, localizada na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, é aquela que atua justamente no bairro do Jaguaré e entorno (Parque Continental, Vila São Francisco e Cidade Universitária).
Em 2004, a região era atendida por 90 policiais. Hoje são 130, o que ajuda a explicar a redução da criminalidade. Comparando-se os números do Infocrim (o sistema de informações criminais da Secretaria de Segurança Pública) de janeiro a agosto de 2004, em relação ao mesmo período de 2005, constata-se,por exemplo, que o roubo de carga, algo preocupante numa região por onde circulam centenas de caminhões todos os dias, caiu de 37 ocorrências para 15. “Roubos de veículos também foram reduzidos em 30%, enquanto que o índice de homicídios despencou 200%”, revela Medeiros. Segundo ele, um importante instrumento de grande valia no combate ao crime tem sido o disque-denúncia. “As ligações para o 181 são de grande valia tanto para a Polícia Militar quanto para a Polícia Civil. É um serviço que oferece total segurança a quem denuncia uma ação criminosa, pois o sigilo da informação é absoluto”, explica o coronel.
Na busca de um contato mais estreito e amigo com a população, Medeiros procura aprimorar uma série de ações sociais. No âmbito da 5ª Companhia, o comandante destaca o trabalho feito na favela São Remo pela Associação Amigos da Polícia Militar, que atende a 180 moradores. “É um projeto que inclui práticas profissionalizantes em áreas como corte e costura, mecânica e informática”, explica o coronel. Outro projeto que conta com o apoio da PM é o da Educação Ambiental, um trabalho de conscientização junto aos alunos das escolas públicas da região. “No campus da USP nasce o córrego Riacho Doce, que se transforma em esgoto ao chegar na região da Avenida Escola Politécnica. A comunidade pode ajudar a monitorar essa situação.Assim, nada melhor do que envolver, nesse trabalho, os estudantes das escolas do entorno”, afirma Medeiros, lembrando que ações desse tipo servem, de fato, para estreitar o relacionamento entre a PM e a população local.

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