RENATA DE GRANDE REPÓRTER
Há um ano o estudante Gabriel Francisco, de 18 anos, e sua família, moradores da Vila Leopoldina, vêm passando por momentos de triste pesar e, digamos, um tanto quanto constrangedor. Em outubro do ano passado o irmão mais velho de Gabriel sofreu um incidente e veio a falecer. Foi sepultado no jazigo da família, no Cemitério da Lapa. O grande problema, segundo Gabriel, tem sido a falta de segurança do cemitério. “O jazigo foi arrombado quatro vezes. Levaram tudo. A porta, a placa, até um vaso de vidro que a minha mãe colocou. O fato desolador é que não há respeito com a família, que sofre com a perda de um ente querido”, desabafa o estudante, que na última tentativa de lacrar o jazigo da família comprou um cadeado reforçado.
O administrador da necrópole da Lapa, Cícero Neto da Silva ressalta que a própria família também tem sua responsabilidade ao contratar serviços de jardinagem. “Eles contratam jardineiro para cuidar do jazigo, mas eles não são funcionários do cemitério e não temos como cuidar disso, além dos 76 mil metros quadrados e 12 mil túmulos”, alerta o administrador, lembrando que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) que faz a segurança de equipamentos municipais foi remanejada em virtude das eleições.
Outro detalhe lembrado por Silva é em relação aos objetos de valor. Ele alerta as famílias que evitem colocar placas ou portas de bronze. “O cemitério é fechado às 18h. Depois disso não temos como averiguar. Se a família não registra o boletim de ocorrência, ficamos sem saber o que de fato acontece”, avisa Silva, que até o final desse ano, os muros do cemitério deverão ser aumentados, para tentar amenizar os índices de assaltos e arrombo de jazigos, além de informatizar do o sistema da necrópole, assim como foi feito no cemitério do Araçá.