JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
Desde a última quarta-feira, dia 1º de setembro, que a Usina de Compostagem de Lixo da Vila Leopoldina não recebe mais resíduos domésticos da Região Oeste de São Paulo. As 800 toneladas de composto orgânico, que entravam diariamente pelas portas daquele equipamento obsoleto, agora foram transferidas para o aterro Bandeirantes, localizado em Perus (Zona Norte da capital).
O barulho dos caminhões, a concentração de insetos, pombos, ratos e principalmente o forte odor – que atormentavam a vida dos moradores de Vila Leopoldina – foram as principais causas que motivaram a desativação do lixão. O Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), ligada à Secretaria Municipal Serviços e Obras (SSO), passará o local ainda neste mês para a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. Ou seja, o desfecho da compostagem abre também a esperança da criação de um novo parque na região.
A Usina Compostagem de Lixo da Vila Leopoldina foi criada em 1974, numa época em que havia baixo adensamento populacional. O local foi escolhido por estar perto das marginais Tietê e Pinheiros, sendo fácil o transporte do composto, que era transformado em adubo orgânico para as lavouras próximas à capital paulista.
Entretanto, com o aumento da construção de prédios, os novos moradores começaram a reclamar sistematicamente dos transtornos causados pela usina. O Movimento Popular de Vila Leopoldina, encabeçada por Gláucia Mendonça Prata, luta desde 1992 para o fechamento da usina. Juntamente com o Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs) e de outros moradores, Gláucia hoje respira aliviada.
A Usina de Compostagem é o último equipamento deste porte fechado pela Prefeitura de São Paulo. Antes, a Limpurb havia fechado o incinerador Vergueiro e a Usina de São Mateus. O laudo técnico-científico da Cetesb (agência ambiental do Governo do Estado), atestando a péssima qualidade do produto orgânico e o impacto ambiental, também foi decisivo para a desativação da compostagem de Vila Leopoldina.
Como disse Gláucia na entrevista à TV Cultura, valeu a pena lutar por este ideal. Com muito sacrifício, a comunidade conquistou mais uma vitória – e as autoridades competentes, enfim, ouviram as reivindicações populares. A imprensa, tanto a grande mídia quanto a local, também trabalhou firmemente para fechar a usina. Parabéns a todos nós!