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JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
O processo de tombamento da City Lapa divide as opiniões das imobiliárias da região. A Martinelli, por exemplo, acredita que o impacto comercial nas casas do bairro será negativo porque o dono do imóvel terá menos liberdade de mexer no interior da sua residência. “O interessado em comprar uma casa na City, que na sua maioria tem mais de 40 anos, gostaria de fazer uma reforma, que será dificultada pelas regras do tombamento”, disse Rosana Martinelli.
Segundo a diretora da imobiliária, os edifícios localizados nas áreas limites (lindeiras) se valorizarão com a perspectiva de se ter a garantia de uma paisagem arborizada. “Talvez daqui a 10 anos, haja uma nova valorização por causa da tendência de verticalização dos outros bairros”, acredita.
Controvérsias
Os profissionais da Camargo Dias acham que o tombamento beneficiará o mercado imobiliário. “O cliente que quiser morar em um lugar preservado, com qualidade de vida, ruas arborizadas, manutenção de uma arquitetura típica, sem a invasão do comércio, vai encontrar uma boa moradia na City Lapa”, dizem em coro os corretores Daniel José dos Santos e Pedro José de Souza, ressaltando que o alto padrão dos imóveis num bairro-jardim continua a ser um atrativo no setor.
Já Gilberto Macedo Pignatti, proprietário da Macedo Imóveis, prevê a desvalorização imobiliária da City com o tombamento, porque o “engessamento” afugenta o cliente. “O tombamento afetará negativamente, sobretudo a área de vendas. Com otimismo, haverá uma perda de 20% no valor do imóvel no bairro”, lamenta.
Segundo Luiz Pasetti, da Vizioli, existem pontos positivos e negativos nesta questão. “O interessante é a preservação da vegetação, pois a City é o pulmão da Lapa. Entretanto, impede o progresso, complica a vida do proprietário que não pode fazer livremente uma reforma, causando prejuízos’, explica Pasetti.
Outras imobiliárias ainda não querem se pronunciar. Preferem aguardar a conclusão do processo de tombamento da City Lapa, previsto para este ano.
