A solenidade do Dia da Bandeira foi uma festa inédita no bairro. Durante o dia 19 de novembro, houve diversas manifestações pátrias. Começou no Banco do Brasil, reunindo clientes e funcionários da agência bancária da Rua Nossa Senhora da Lapa, bem como interessados na cerimônia cívica. A Sociedade Amigos de Vila Ipojuca (Savi) também preparou uma festa de hasteamento, que honra o símbolo nacional. Como acontece em todos os feriados, a bandeira também foi erguida na Praça René Barreto pela moradora Margarida Pereira, que recebeu uma homenagem do Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs).
Entretanto, o evento que chamou a atenção da comunidade ocorreu em frente ao Fórum Regional da Lapa, situado na Rua Clemente Álvares. Iniciativa do 4º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (4º BPM/M), do Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), com o apoio do 21º Depósito de Suprimento do Exército (21 D Sup) e demais entidades lapeanas. Esta ação comunitária merece destaque por vários motivos, entre eles a justa premiação a seis personalidades participantes do cotidiano do bairro.
Além disso, a cerimônia foi tão rica em grandeza cívica, que mudou a paisagem da Rua Doze de Outubro. Muitos ambulantes que armam normalmente suas barracas no quarteirão entre as Ruas Clemente Álvares e Dronsfield se retiraram do local. Todos os dias, os pedestres e os motoristas percebem a “invasão” das calçadas por parte dos camelôs. No dia 19 de novembro, a Doze foi liberada para o trânsito, mostrando uma rua que muito não se via.
O clima de harmonia entre tantas pessoas com ideologias diferentes revela que a Lapa é um lugar propício para a união das tendências. Diversos cidadãos deixaram de lado suas divergências políticas para celebrar um bem maior, a Bandeira do Brasil.
Outro aspecto importante que se deve salientar numa solenidade cívica é a atenção prestada pela população. Cantaram o Hino Nacional Brasileiro, acompanhados pela tradicional Corporação Musical Operária da Lapa, inaugurada em 1881. Juntos – estudantes, pedestres e autoridades – puderam celebrar o pavilhão nacional com o respeito que a pátria merece. Todas as locuções também exaltavam a bandeira como um símbolo de amor, cidadania, liberdade e valor cívico – características ímpares para a identidade nacional e para a cultura brasileira, ricas em significados e grávidas de novas proposições.
Não se trata de ufanismo ingênuo. Temos imensos problemas, como a terrível desigualdade social, concentração de renda assassina, corrupção e o descaso com o erário público. Mas se não gostarmos do que é nosso, não superaremos as nossas dificuldades. Ao contrário, criaremos um novo problema…