Ipojucana dá exemplo de civismo

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A ipojucana Margarida Pereira é uma pessoa incomum. Em todas as datas cívicas e mesmo em feriados diversos, ela hasteia a Bandeira do Brasil solitariamente na Praça Renê Barreto. Às 8h, a moradora de 72 anos começa uma cerimônia singular, assistida talvez por alguns vizinhos e pedestres curiosos. A Bandeira Brasileira fica erguida até as 18h, quando a moradora abaixa o símbolo pátrio, guardando cuidadosamente o náilon com as cores verde, amarela, azul e branca para a próxima solenidade.
A Praça René Barreto também abriga a estátua “O Ferroviário”, de autoria do escultor Ricardo Cippichia. A obra é uma homenagem aos trabalhadores da antiga São Paulo Railway. Outro destaque na pequena praça é uma paineira imensa, plantada em 1976 por iniciativa do jornalista Olympio Vieira Perrone. A árvore celebra a amizade entre os bairros da Lapa e Pinheiros, doadores da muda que veio a se tornar uma bela planta.
Segundo Margarida, a praça teve de ser fechada em 1986 para evitar a ação de vândalos, que utilizavam o local como banheiro e ambiente para consumo de entorpecente. “A criminalidade e o descaso impedem que a praça seja um lugar de passeio como antigamente. Infelizmente, ela precisa ser fechada com barras de ferro, portão e cadeado”, lamenta a viúva do ferroviário Duílio Ferreira.
Margarida cuida da praça com o mesmo cuidado que limpa sua casa. Planta flores e rega o jardim como forma de transmitir a cidadania cotidiana pelos detalhes – sem aparecer ou ganhar dinheiro com a atividade.
Agora, neste sábado, Dia da República, com certeza, a mãe de dois filhos e avó de cinco netos estará hasteando a Bandeira do Brasil logo às 8h, como nossa nação merece.
O Clube Desportivo Municipal Mauro Bezerra Pinheiro também realiza cerimônia cívica para a celebração da Proclamação da República neste sábado, a partir das 9h. O CDM da Lapa de Baixo fica na Rua Marina Ciufoli Zanfelice, 61.

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