Gesto de amor

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Alunos do Colégio Santo Ivo também prestaram sua homenagem

O sertanista Orlando Villas Bôas (1914-2002) foi homenageado na quarta-feira passada. O indigenista que desbravou o interior do País ganhou um busto. A obra, de Ari Borgo, foi inaugurada na Praça John Lennon, em frente ao Colégio Santo Ivo. A escultura foi uma iniciativa do Lions Clube de São Paulo – Lapa, Rotary Club de São Paulo – Lapa, Viação Oak Tree e do próprio Santo Ivo. É um local cheio de pássaros e vegetação, como gostava Villas Bôas. O evento faz parte das comemorações de aniversário dos 413 anos da Lapa.
Muitas personalidades do bairro prestigiaram a solenidade, marcada por muita emoção da família do sertanista. O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (4º BPM/M), Luiz Nakaharada, falou sobre o valor cívico dos irmãos Cláudio, Leonardo e Orlando Villas Bôas na Expedição Roncador Xingu (1943-1960). Sob os acordes do Guarani, interpretado pela Banda da Polícia Militar, Nakaharada disse que Orlando é um exemplo de cidadania, consagrando a Bandeira do Brasil.
O presidente do Lions da Lapa, Nilton Bustamante, narrou a história do sertanista, afirmando que “dotado de sensibilidade humanista, Villas Bôas participou do primeiro contato com os Xavantes, Jurunas, Kayabis, Txucarramães e Suyas”. Para Bustamante, a Roncador-Xingu marcou a transformação da vida do sertanista e de seus irmãos. Sua experiência com os índios, diz, levou Orlando a propor um parque indígena de 26 mil quilômetros quadrados, onde pudessem conviver várias tribos ameaçadas pela expulsão de suas terras. Em 1961, foi criado o Parque Nacional do Xingu (MT). Orlando foi o primeiro presidente da reserva, permanecendo no cargo até 1967.
O diretor do Santo Ivo, José Carlos de Barros Lima, contou momentos em que esteve com o sertanista, que morou no Alto da Lapa por pelo menos 20 anos. Lima disse que Villas Bôas preferiu receber a medalha Anchieta no bairro, local que ele gostava de viver. “A luta agora da nossa comunidade é mudar o nome da Praça John Lennon para Irmãos Villas Bôas”, conclamou o diretor do Santo Ivo.
O subprefeito da Lapa, Adaucto José Durigan, homenageou a família Villas Bôas, afirmando o quanto é difícil para a mulher e os filhos suportarem os compromissos de um homem público, pois é necessário muita compreensão. Espírita convicto, Durigan afirmou que Orlando “estava presente na cerimônia, proporcionando um belo dia de primavera”.
Entre as falas das personalidades, os alunos do Colégio Santo Ivo, como curumins, coreografavam canções ao redor do busto, como se fosse um ritual de uma tribo. O momento de maior emoção foi quando a mulher de Villas Bôas, a enfermeira Marina Villas Bôas, seus filhos Orlando Villas Bôas Filho e Noel Villas Bôas e a irmã do sertanista Ana Terezinha Villas Bôas retiraram a cobertura que envolvia a obra.

Exposição

Para comemorar o Dia Mundial dos Correios, foi aberta na quinta-feira passada a mostra “O Xingu dos Villas Bôas”. São coleções de fotos que mostram a trajetória dos indigenistas. A mostra tem o apoio do 4º BPM/M. Com entrada gratuita, a exposição fica até 24 de outubro, das 9 às 16h, no saguão da sede dos Correios, na Rua Mergenthaler, 592, Vila Leopoldina.
Neste sábado, a partir das 11h, no memorial do Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), haverá uma homenagem especial a Orlando Villas Bôas, reverenciando o amor do sertanista pelo Brasil e pela cultura indígena. O memorial fica no Cemitério da Lapa, na Rua Bergson, 347, Vila Leopoldina.

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